Governo promete apoio a pais que estão em teletrabalho “o mais depressa possível”
A ministra do Trabalho confirmou esta quarta-feira, no final de uma reunião de concertação social, que pretende alargar o acesso ao apoio à família aos pais que, estando em teletrabalho, tenham filhos mais pequenos (nas creches, no pré-escolar ou até ao 4º ano), com deficiência e incapacidade superior a 60% (independentemente da idade) ou que pertençam a famílias monoparentais.
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Embora não se tenha comprometido com uma data, a ministra do Trabalho também confirmou que as alterações que propõe, avançadas pelo Negócios esta quarta-feira, vão amanhã a Conselho de Ministros para serem implementadas "o mais depressa possível".
Em causa está o apoio que permite que os pais que tenham de faltar ao trabalho por causa do encerramento de escolas sejam parcialmente compensados pela perda de rendimento, através do chamado "apoio extraordinário à família" que paga 66% do salário base com o valor mínimo de 665 euros e máximo de 1.995 euros. Até aqui, os pais em teletrabalho não podiam pedir o apoio, ainda que só um deles estivesse em teletrabalho.
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Partilha será controlada através das declarações dos pais
Ana Mendes Godinho também confirmou que nos casos em que haja partilha do apoio entre progenitores o valor sobe para 100% (tal como no caso das famílias monoparentais) embora tenha sugerido que este valor só cobre a remuneração base. Esta majoração do apoio dirige-se a qualquer progenitor com direito ao apoio, o que pode abranger famílias com crianças menores de doze anos. Uma das grandes dúvidas está em saber como é que será feita esta partilha e de que forma é que a Segurança Social vai controlar essa partilha.
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"Para garantir que estes apoios são processados e tratados de uma forma célere o princípio que temos assumido é através de declarações de responsabilidade das próprias pessoas, portanto para garantir que isto é tramitado numa forma célere", disse a ministra.
"É no fundo através de os próprios assumirem que será partilhado este acompanhamento dos filhos", disse Ana Mendes Godinho.
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Apoio a 100% cobre toda a remuneração?
Questionada sobre se o pagamento a 100% se aplica apenas sobre o salário base, ou sobre toda a remuneração, Ana Mendes Godinho não deu uma resposta direta, mas sugeriu que a referência em vigor – o salário base – não será alterada.
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A ministra sublinhou que os detalhes serão discutidos esta quinta-feira em conselho de ministros.
Tal como o Negócios tem vindo a explicar, a iniciativa do Governo surge na sequência da crescente pressão dos pais, dos sindicatos, da Provedora de Justiça e dos diferentes partidos uma vez que, depois de o PCP e o Bloco de Esquerda terem pedido a apreciação parlamentar do diploma, também o PSD anunciou propostas, ameaçando forçar uma alteração no Parlamento. O debate na Assembleia da República está marcado, precisamente, para esta quinta-feira.
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