Estando "decidido", CAP afasta oposição a salário mínimo de 750 euros em 2023
É como um dado adquirido que o líder da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, dá o aumento do salário mínimo nacional para 750 euros no próximo ano. Para Eduardo Oliveira e Sousa, não vale a pena contestar essa atualização em sede de Concertação Social, estando já "decidida" pelo atual Governo PS de maioria absoluta.
"Está decidido. Não vale a pena estarmos a opor-nos. Está decidido, está decidido. É um pouco como aquele velho programa 'se o juiz decidiu, está decidido'", diz Eduardo Oliveira e Sousa, convidado desta semana do Conversa Capital.
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Relativamente à meta do Governo de fazer subir o salário mínimo para, pelo menos 900 euros, até ao fim da legislatura, ou seja, até 2026, o 'número 1' da CAP até admite a possibilidade de essa fasquia ser superior, desde que reunidas as condições económicas. "Não sei dizer se [essa meta] é razoável. Era desejável que até pudesse ser mais se a economia tiver os devidos avanços, os devidos apoios e os resultados forem obtidos".
"Com a inflação como está, em que é trucidadora do rendimento das pessoas, não sei o que vão significar os 900 euros", diz em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1.
"O que é mau nestas decisões é serem tomadas de uma forma perfeitamente política, ausente da sustentabilidade económica", critica o dirigente da CAP, garantindo, no entanto, que "vai manter-se" o caderno reivindicativo nas negociações sobre o acordo de rendimentos que o Governo pretende fechar até ao próximo mês de julho.
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O dirigente da CAP nega, no entanto, que os agricultores se sintam "orfãos" no que toca à representatividade no parlamento.
"Os portugueses precisam de comer todos os dias, portanto, há sempre um sentimento de que a agricultura é importante. Há é uma dificuldade em reconhecer o verdadeiro valor estratégico que ela representa, mas órfãos nunca seremos, até porque o próprio Partido Socialista também é amigo dos agricultores", assinala.
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