Mas para que isto mude, importa que as paredes de vidro dos partidos, como de todas as instituições, permitam ver para dentro coisas de que gostamos, motivos que nos levem a querer ser parte, pessoas que nos inspirem e em quem possamos confiar.
Julguemos com racionalidade e com firmeza mas, por favor, com conhecimento da realidade. Avaliemos os resultados. Ou não quiséssemos nós ser o país das “contas certas”.
O clima de suspeição sobre os políticos atingiu níveis nunca antes vistos. E estes não perdem a oportunidade de se atacar entre eles. A ideia é que ninguém se poderá ficar a rir.
A agitação nas ruas não se irá travar com repressão policial, nem com promessas requentadas, muito menos com preenchimento de formulários. Faz-se com medidas imediatas que indiciem que as reformas estão a chegar.
É o que Luís Montenegro aguarda. Que o Governo de António Costa caia de podre e que, como habitualmente, chegue a vez do PSD.
Num tempo em que a verdadeira oposição ao (des)governo socialista é feita pela CMTV e por Ricardo Araújo Pereira, fácil será compreender que as alternativas não são muitas.
Em especial nesta época, procuramos renovar votos para o ano que entra e prometer a nós próprios conseguir ou atingir metas que até aqui não alcançámos. Raramente cumprimos o prometido, mas ficam as boas intenções. Com 2022 a acabar, começamos a olhar para 2023.
Este não é certamente o país em que queremos viver. Mas é aquele em que vivemos hoje.
Afinal a culpa é minha. E de todos os que pensam como eu. Não a de que chova no inverno ou haja incêndios no verão. Mas por não agir na minha comunidade antes das coisas acontecerem e de não exigir responsabilidades depois do mal-estar feito.
Certo é que o futuro de quem hoje trabalha é cada vez mais incerto. Nada garante que as gerações vindouras queiram suportar os custos de uma decisão que não tomaram.
Percebemos que o caminho do diálogo e da ação em nome de causas comuns é possível e será sempre mais frutuoso do que o da confrontação, da desestabilização ou da defesa intransigente de interesses individuais.