Investimento em defesa à custa da PAC? Agricultores portugueses exigem que UE reveja proposta
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) expôs a sua "forte oposição" à proposta de orçamento para a Política Agrícola Comum (PAC), por ser "altamente penalizadora" para os agricultores portugueses, ao comissário europeu da Agricultura, Christophe Hansen, a quem a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) apelou para que "não permita que os esforços dos investimentos na defesa sejam pagos pelos agricultores".
A posição de ambas as entidades foi expressa no âmbito da Conferência Agrícola América do Norte - União Europeia, que decorreu em Itália, a 1 e 2 de outubro.
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Em comunicado, enviado esta sexta-feira às redações, a CAP explica que aproveitou o evento bienal - que reuniu aproximadamente 250 representantes dos Estados-Membros da UE, bem como do Canadá, México e EUA - para "manifestar diretamente ao comissário o seu profundo descontentamento relativamente à proposta de orçamento da União Europeia para a Agricultura no próximo Quadro Financeiro Plurianual".
Para o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, a proposta "representa uma grave injustiça para Portugal, que, sendo já um dos países que menos recebe ajudas da PAC na UE, se vê agora entre os mais penalizados pelos cortes previstos no próximo orçamento".
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"A CAP reafirma o seu compromisso em defender os interesses dos agricultores portugueses e exige que a Comissão Europeia reveja a proposta, garantindo uma distribuição mais justa e equitativa dos fundos da PAC", afirma a organização.
A Confagri também se pronunciou, dando igualmente nota, através de um comunicado, que o seu presidente, Idalino Leão, "tornou a apelar ao Comissário Europeu da Agricultura e Alimentação para que não permita que os esforços dos investimentos na defesa sejam pagos pelos agricultores, uma vez que a produção agrícola é vital para a soberania alimentar dos europeus".
"O presidente da Confagri expressou a sua preocupação relativamente ao orçamento proposto pela Comissão Europeia para a PAC no próximo Quadro Financeiro Plurianual, reivindicando que a agricultura deve estar no centro das prioridades europeias - lado a lado com a defesa - de forma a garantir que, mesmo em tempos de instabilidade, o essencial nunca faltará aos cidadãos".
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A Comissão Europeia propõe que Portugal receba 7,4 mil milhões de euros para a Política Agrícola Comum (PAC), segundo a proposta a que a agência Lusa teve acesso referente à repartição das dotações mínimas no âmbito do próximo Quadro Financeiro Plurianual (QFP), para o período 2028-2034.
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