Camargo Corrêa vende fabricante das Havaianas
O grupo Camargo Corrêa, que detém a Cimpor, anunciou esta segunda-feira ter vendido a participação maioritária que tinha na Alpargatas, fabricante das Havaianas, à J&F Investimentos por 2,7 mil milhões de reais (quase 700 milhões de euros).
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A Alpargatas foi um dos activos que a construtora brasileira, uma das envolvidas no processo Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, colocou à venda devido ao seu elevado endividamento.
Além da Alpargatas, o grupo está também à procura de investidores para o seu negócio de cimento, a InterCement, que controla mais de 90% da Cimpor, mas não quer perder o controlo daquela unidade.
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Na semana passada, em entrevista ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo, o presidente da Camargo Corrêa, Vitor Hallack, adiantou que a dívida líquida do grupo é actualmente de 24 mil milhões de reais (mais de 6 mil milhões de euros). O responsável lembrou que o investimento de 9 mil milhões de reais (2,2 mil milhões de euros) na aquisição da Cimpor, que foi uma opção estratégia para aumentar a presença internacional e duplicar de tamanho no Brasil, "aumentou o endividamento".
Como disse, o grupo esperava fazer face a esse acréscimo com a venda de activos, dívida e geração de caixa dos próprios negócios, contudo, acrescentou, "com a retracção económica, as nossas previsões não se confirmaram".
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Na entrevista, o responsável adiantou que a venda de activos dependerá das oportunidades. Na Alpargatas admitia alienar a sua posição se o preço fosse "adequado". Também na InterCement, disse, "é a mesma coisa, mas queremos manter o controle".
A quebra da actividade no Brasil levou já a que a Cimpor tivesse de avançar com medidas de ajustamento, entre as quais o encerramento ou suspensão de duas unidades de moagem de cimento e quatro centrais de betão.
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