Centrais de ciclo combinado avançam no Pego e Lares

A construção da central de ciclo combinado, no Pego, da International Power (IP) e da Endesa (50% cada uma) está a meio caminho, estando prevista a entrada em operação do primeiro grupo no primeiro trimestre do próximo ano e a segunda unidade no primeiro trimestre de 2011.
Alexandra Machado 08 de Setembro de 2009 às 20:57

A construção da central de ciclo combinado, no Pego, da International Power (IP) e da Endesa (50% cada uma) está a meio caminho, estando prevista a entrada em operação do primeiro grupo no primeiro trimestre do próximo ano e a segunda unidade no primeiro trimestre de 2011.

Neste momento, estará realizado já metade do investimento total de 530 milhões de euros e que vai criar, de forma permanente, 60 postos de trabalho na central electroprodutora do Pego. É lá que está instalada, já, a central a carvão, onde, além da IP e da Endesa, a EDP tem uma participação de 11%.

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O financiamento foi firmado em Março de 2008, o que leva o administrador-delegado da Tejo Energia, Paulo Almirante, a louvar o "timing", anterior à grave crise financeira.

Com a entrada em funcionamento da central de ciclo combinado (que utiliza como principal matéria-prima o gás natural, que corresponde a dois terço da potência total, onde o resto é turbinado a vapor), o centro do Pego ficará com 350-400 trabalhadores e uma capacidade de produção de 1.460 MW (megawatts), fruto do acréscimo em 830 MW (um total de 5,1% da produção eléctrica portuguesa) no ciclo combinado.

O gás natural virá de Espanha, sendo fornecido pela Endesa, accionista e que ficará também com a produção eléctrica da central.

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Mais adiantada que a central de ciclo combinado do Pego está a central de Lares da EDP, que tal como adiantou o Negócios na segunda-feira, já está a produzir. A capacidade é de 862 MW, num investimento de 400 milhões de euros.

Já a da Iberdrola, na Figueira da Foz, e a da Galp, em Sines, ainda não arrancaram em termos de construção, tendo ultimamente sido noticiado que a Iberdrola poderá mesmo perder a licença se não avançar com o projecto.

No caso da Galp, fonte oficial explicou ao Negócios que “o processo está a avançar de acordo com o planeado e neste momento está a decorrer a fase de negociação, com todos os concorrentes, das propostas no âmbito do concurso para a construção da central de ciclo combinado de Sines”.

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Um dos contributos destas centrais de ciclo combinados é o da redução de CO2 (dióxido de carbono) na produção eléctrica. Enquanto nas centrais a carvão são emitidas 0,9 toneladas por MW, nas de ciclo combinado são produzidas cerca de 0,4 toneladas.

Ontem, a Tejo Energia inaugurou as unidades de dessulfuração e desnitrificação que permitem reduzir as emissões de dióxido de enxofre em 13 vezes, as de óxidos de azoto em cinco vezes e as poeiras em cinco vezes. O projecto de redução de emissões implicou um investimento de 170 milhões de euros, de 2006 a 2009, tendo sido financiado por 13 bancos. Paulo Almirante garantiu que houve um elevado montante, cerca de 10 milhões, que ficaram em fornecedores de empresas locais.

Com este investimento, a central termoeléctrica do Pego reduziu as emissões de dióxido de enxofre de 1300 para 100 miligramas, quando os limites traçados para 2016, a nível europeu, é que se emita apenas 400 miligramas. No caso do óxido de azoto, a central do Pego produz agora 170 miligrama, contra os antigos 800 miligramas, e os limites para 2016 são de 200 miligramas a nível europeu. Também nas poeiras, a central fica com emissões abaixo dos limites que a União Europeia irá impor para 2016 de 50 miligramas. A central do Pego liberta agora 20 miligramas de poeiras, contra as anteriores 95.

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Também ontem foi assinado um protocolo com a Universidade de Évora e com o LNEG para a realização de um estudo sobre captação e armazenamento de CO2.

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