Cervejaria Galiza à mesa do Estado com dívida de dois milhões
"Muito obrigado pelo vosso serviço. E obrigado também pela solidariedade e apoio ao povo de Timor-Leste", escreveu D. Ximenes Belo, em 18 de Outubro de 2002, no livro de honra da Cervejaria Galiza, uma das mais famosas do Porto.
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Fundada em Julho de 1972, o Galiza, como é conhecido, é um dos espaços de restauração mais frequentado por personalidades da política, das artes ou do desporto nacionais.
Do seu livro de honra constam ainda nomes como o falecido historiador José Hermano Saraiva, a fadista Mariza, a actriz Maria Rueff e o compositor Sérgio Godinho.
O cantor de "apagam-se dúvidas num mar de cerveja/E vem-nos à memória uma frase batida/Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida" deixou no livro de dedicatórias do Galiza uma mensagem elogiosa: "Eu que sou do Porto sei da Galiza, e também do Galiza desde sempre. E gosto muito e volto sempre."
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Hoje, o histórico Galiza navega num mar de incertezas quanto ao seu futuro. E corre mesmo o risco de estar a viver os seus últimos dias de actividade.
Com uma dívida de dois milhões de euros, há vários anos que não paga ao Fisco, que tem a haver 896 mil euros, nem à Segurança Social, que reclama 736 mil euros.
O Estado é mesmo o maior dos 54 credores do Galiza, detendo 82% do total de créditos reconhecidos pela empresa detentora da cervejaria, a Actividades Hoteleiras da Galiza Portuense, no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER) que deu entrada no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia.
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O negócio que ocupa o número 55 da Rua do Campo Alegre é gerido por Delfina Amaral, que assumiu a administração da cervejaria após a morte do seu marido e fundador do Galiza, António Moreira Vieira. O Negócios tentou contactar a dona do espaço, mas não obteve resposta até ao momento.
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