Correios do Brasil anunciam reestruturação que prevê encerrar mil balcões e cortar 15 mil empregos
A empresa estatal Correios do Brasil anunciou esta segunda-feira um plano de reestruturação para conter a sua crise financeira que inclui o encerramento de mil balcões, programas de rescisões voluntárias para 15.000 trabalhadores e venda de imóveis.
O plano, que será executado até 2027, prevê uma redução de despesas de cerca de 7.500 milhões de reais (aproximadamente 1.140 milhões de euros).
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O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou, em conferência de imprensa, que o objetivo não é apenas reverter as perdas milionárias dos últimos anos, mas também "remodelar uma instituição centenária para que continue a cumprir a sua missão pública num mundo novo".
Entre janeiro e setembro de 2025, a empresa acumulou prejuízos de 6.000 milhões de reais (910 milhões de euros), embora os resultados negativos se arrastem desde 2022, de acordo com o presidente dos Correios do Brasil.
Entre as medidas previstas no plano está o encerramento de mil balcões, o que representa 16% do total da empresa.
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Serão igualmente lançados dois programas de rescisões voluntárias, com os quais se pretende concretizar a saída de cerca de 15.000 trabalhadores.
"A gente tem 90% das despesas com perfil de despesa fixa. Isso gera uma rigidez para a gente fazer alguma correção de rota quando a dinâmica de mercado assim exige", disse, citado pela Agência Brasil.
Por outro lado, a direção da empresa pondera abrir o capital dos Correios (atualmente 100% público) para que passe a operar como uma empresa de capital misto, com uma participação minoritária de acionistas privados, à semelhança do que já acontece na petrolífera Petrobras ou no Banco do Brasil.
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No entanto, Rondon sublinhou que essa alteração do regime societário está dependente dos resultados de uma consultoria e, em qualquer caso, afastou a hipótese de privatização.
Além disso, para garantir a viabilidade da empresa a curto prazo, os Correios informaram que solicitaram um empréstimo de 12.000 milhões de reais (1.820 milhões de euros) a cinco bancos: Itaú, Bradesco, Santander Brasil e os bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Económica Federal.
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