Ferrari ameaça deixar Fórmula 1 devido a tecto orçamental

A Ferrari anunciou que vai abandonar a Fórmula 1 no final da temporada se esta modalidade desportiva mantiver os planos de adoptar um tecto orçamental de 40 milhões de libras (44,5 milhões de euros) a partir de 2010.

“Não haverá F1 em 2010 se as regras não mudarem. A Ferrari não tenciona inscrever carros para o campeonato mundial de Fórmula 1 em 2010”, refere o comunicado da Ferrari, citado pela “BBC Sport”. “Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, da Fiat e da FOTA (associação de equipas de Fórmula 1), não concorda com as novas regras aprovadas esta semana pelo Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que abrem às equipas a possibilidade de optarem por um orçamento anual limitado a 44 milhões de euros, em troca de maior liberdade técnica. Montezemolodefende que as novas regras são ‘parciais e injustas’ e podem causar graves prejuízos à modalidade”, avança o “AutoPortal”.

“Todos os aspectos dos novos regulamentos devem ser cuidadosamente revistos”, escreveu Montezemolo. “Limito os meus comentários, neste momento, à questão do tecto orçamental, sobre o qual, como sabem, sempre demonstrei a minha preocupação, principalmente porque considero existirem grandes dificuldades técnicas em assegurar que o cumprimento de qualquer tecto seja efectivamente monitorado”, afirmou, citado pelo “AutoPortal”.

Montezemolo defende que a criação de duas categorias vai resultar, inevitavelmente, na superioridade de uma sobre a outra, tornando o campeonato “injusto” e, talvez, “parcial”, refere ainda aquele “site”.

A crise no sector automóvel está também a penalizar a Fórmula 1. Depois da Honda ter anunciado em Dezembro o abandono deste desporto, em Março foi a vez de a Renault ponderar seguir o mesmo caminho.

Com efeito, a Renault anunciou a 4 de Março que poderá deixar as corridas de Fórmula 1 se não obtiver maiores receitas comerciais deste desporto. O CEO da fabricante automóvel, Patrick Pelata, afirmou que para se manter na Fórmula 1, a Renault tem de reduzir a sua factura além do corte de custos acordado entre equipas em Dezembro.

“Estamos a tentar reduzir os custos dos contratos e obter maiores receitas dos direitos de transmissão televisiva, das comissões dos circuitos e dos patrocínios”, afirmou Pelata numa entrevista no Salão Automóvel de Genebra.