Francisco Balsemão: "Se o objectivo não é acabarem connosco, parece"
E endureceu o discurso. “Se a ideia não é acabarem connosco, operadores independentes, parece. Se é acabar connosco arrisca-se a ser eficaz”, declarou Pinto Balsemão, reforçando dizendo que “é o funcionamento da democracia que está em causa” e o que se vai passar pode “acabar com o jornalismo livre e independente e limitar o seu exercício”.
O ex-primeiro-ministro realçava a necessidade de o País ter medias independentes, mais fundamentais pelos momentos em que vivemos. São, disse, fundamentais para “fomentar coesão social e unir o País em torno de desígnios comuns”. Mas, segundo Balsemão, estão sob ameaça e uma ameaça que vem do próprio Governo.
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“O sector não reclama ajudas de qualquer tipo. Tem financiado a sua própria mudança, está preparado para ajudar o País a ganhar competitividade. Estará à altura das suas responsabilidades sociais”, frisou Balsemão, acrescentando, por isso que “não pode aceitar que seja o próprio Governo a introduzir mais um elemento de disrupção, que ponham em causa os objectivos económicos e sociais sem benefícios evidentes para ninguém”. E referia-se ao que disse ser o “processo apressado de privatizaçao da RTP, que não maximizando potenciais benefícios para o Estado, lançará todo o sector, não apenas as televisões, para uma crise que será impeditiva da indispensável transformação em curso”.
Balsemão deu os dados. De 2007 a 2011 o mercado publicitário caiu 30%. Em 2012 cairá mais 5% ou 10% “ninguém sabe”. Se a privatização da RTP trouxer mais seis minutos de publicidade no canal público e mais 12 minutos no canal privatizado, resultará daqui um aumento de 40% na oferta de espaço publicitário. Balsemão diz, por isso, que o efeito combinado destes dois factores (baixa investimento publicitário e aumento da oferta de espaço publicitário) provará uma queda potencial de receitas em torno dos 60% para os operadores privados existentes. “Será dramático e terá um efeito em cascata na imprensa, rádio e Internet”.
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