Greve nas refinarias da Galp cancelada
"A greve agendada para amanhã não vai à frente. A empresa tem feito uma pressão de tal forma sobre os trabalhadores, que consideramos não estarem reunidas as condições para uma greve", disse ao Negócios Hélder Guerreiro, um dos responsáveis sindicais ligados aos trabalhadores da Galp.
Este sindicalista refere que "os trabalhadores estão com medo", porque "a empresa ameaça descontar mais dias" do que os da duração da greve. "Isto é ilegal. Já interpusemos uma queixa-crime contra o director de recursos humanos", adiantou ainda Hélder Guerreiro.
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A Galp contesta as acusações, indicando que "a Galp Energia respeita integralmente os direitos dos trabalhadores consagrados na lei".
A greve que teria início amanhã poderia voltar a parar as duas refinarias da Galp, tal como aconteceu no mês passado, unidades que contam com mais de um milhar de trabalhadores, sensivelmente um quinto de toda a força de trabalho da petrolífera portuguesa.
As motivações desta greve eram a actualização salarial para este ano, que foi fixada em 1,5%, num patamar abaixo das pretensões dos trabalhadores, bem como a distribuição de lucros pelos trabalhadores. Este ano a Galp não distribuirá lucro pelos funcionários, por o resultado do ano passado ter ficado abaixo dos 300 milhões de euros, o nível mínimo a partir do qual a empresa se compromete a partilhar os ganhos com os trabalhadores.
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Fonte oficial da Galp sublinha que "a não distribuição de prémios resulta de um acordo subscrito pelos próprios sindicatos", acrescentando ainda que "o aumento de 1,5% decidido pela empresa para este ano representa um aumento real do poder de compra pelo segundo ano consecutivo, uma vez que é superior à inflação prevista, e que se segue a aumentos de 2,7% no ano passado, quando a inflação foi mesmo negativa".
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