Lítio: Savannah aumenta capital, adquire nova concessão e inicia obra em 2026
A Savannah concluiu um aumento de capital superior a 10 milhões de euros, vai adquirir uma concessão mineira próxima da mina de lítio do Barroso, em Boticas, e quer começar a obra até final de 2026, segundo a empresa.
O presidente executivo (CEO), Emanuel Proença, disse esta quarta-feira à agência Lusa que este está a ser "um ano bastante cheio" para a Savannah Resources que quer explorar lítio em Covas do Barroso, distrito de Vila Real.
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Após anunciar em setembro maiores quantidade de lítio, com o recurso confirmado a situar-se nos 39 milhões de toneladas e o potencial nos 100 milhões de toneladas, a empresa concluiu agora uma operação de aumento de capital que totalizou 12 milhões de dólares, cerca de 10 milhões de euros.
"É financiamento suficiente para progredirmos bastante no trabalho, com trabalho crescente por parte da nossa equipa no terreno, em Boticas, e é também valor suficiente para fazermos a aquisição da concessão do Aldeia", afirmou Emanuel Proença.
A operação traduziu-se num "valor acima das expectativas iniciais e onde a procura superou a oferta".
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O gestor disse que é um "sinal de que os investidores estão a ver o mérito do projeto" e destacou a participação de investidores portugueses, bem como de investidores institucionais espanhóis e outros provenientes da indústria mineira e da fileira das baterias.
Atualmente, 27% do capital da Savannah está em mãos portuguesas.
Segundo a Savannah, um dos destaques da operação foi o reforço da participação no capital pelo Fundo Optimize Portugal Golden Opportunities, que passou a deter uma participação superior a 5% e tornou-se no terceiro maior investidor nacional.
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Sobre o projeto Aldeia, os três blocos desta concessão mineira estão localizados junto à concessão de exploração detida a 100% pela Savannah.
As negociações com os proprietários decorriam há algum tempo e o negócio concretiza-se agora, após confirmada a existência de lítio, que pode ser acrescentado ao feldspato já explorado naquela concessão.
Em setembro foi publicado em Diário da República (DR) um contrato entre a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a Aldeia S.A. para atribuição da exploração de quartzo, feldspato e lítio - com a denominação Canedo-Covas - numa área de 274 hectares localizada em Boticas e Ribeira de Pena.
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A data do contrato remonta a 04 de dezembro de 2024 e tem um período de vigência de 25 anos, podendo ser prorrogado.
"São dois projetos já existentes que podem trabalhar melhor em conjunto", realçou Emanuel Proença, considerando que podem "acrescentar mais valor à economia local", porque o minério pode sofrer a primeira transformação na fábrica a construir e gerar mais empregos.
Segundo o CEO, tudo isto reforça a ideia de que o trabalho neste território se pode prolongar "ao longo de muitas e boas décadas e suportar uma base de empregos para uma ou até potencialmente várias gerações".
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A perspetiva é que a fase de construção na mina do Barroso se inicie até final de 2026, para arranque da produção em 2028.
Serão construídos uma fábrica, estradas, reservatórios de água, escritórios, laboratório e Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).
"Todos esses elementos constroem-se mais ou menos em paralelo ao longo de 18 meses que, depois, nos levam à produção", disse.
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Entretanto, no terreno vão decorrer trabalhos de geotecnia, para os quais a empresa pediu uma segunda servidão administrativa, que aguarda decisão do Governo.
"Isso corre em paralelo com outras especialidades de engenharia, com o Plano de Lavra, o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), com várias outras componentes de trabalho que permitem depois suportar o 'project finance', a estruturação de financiamento, e o início de construção de obra", acrescentou.
A mina de lítio a céu aberto obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e tem sido contestada por populares, autarcas e ambientalistas.
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