Nestlé prevê dispensar 16 mil trabalhadores em todo o mundo em dois anos
A gigante alimentar Nestlé anunciou esta quinta-feira que prevê dispensar 16 mil trabalhadores em todo o Mundo, nos próximos dois anos, ao apresentar resultados do terceiro trimestre com quedas das vendas de 1,9%, para 71 mil milhões de euros.
A empresa não adiantou em que países esta dispensa de trabalhadores vai ocorrer.
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O grupo Nestlé marca presença desde 1923 em Portugal, onde tem duas unidades produtivas - uma no Porto, dedicada à torrefação de café, e a fábrica de Avanca, onde trabalham cerca de 500 pessoas - e um centro de distribuição também nesta freguesia de Estarreja.
"O Mundo evolui e a Nestlé tem de se adaptar mais rapidamente", implicando "tomar decisões difíceis, mas necessárias, para reduzir os funcionários", disse o presidente da multinacional, o austro-suíço Philip Navratil, que assumiu o cargo no início de setembro.
O programa de redução de trabalhadores contempla a eliminação de 12 mil postos em diversas áreas e funções, "permitindo efetuar uma redução da despesa anual de mil milhões de francos suíços (cerca de 1,078 mil milhões de euros) até ao fim de 2027", o dobro do que estava previsto, segundo o comunicado do grupo helvético.
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Àqueles 12 mil trabalhadores juntam-se outros quatro mil cuja extinção já estava em curso como forma de aumentar a produtividade nas cadeias de produção, armazenamento e distribuição.
"Estamos a aumentar a nossa meta de poupança para três mil milhões de francos suíços (cerca de 3,2 mil milhões de euros) a partir de hoje", acrescentou Navratil, quando o objetivo anterior era de 2,7 mil milhões de euros.
O aglomerado empresarial possui mais de duas mil marcas, incluindo Nescafé, Maggi KitKat, entre outras, e viveu um mês de setembro agitado, com a saída do então diretor-geral, o francês Laurent Freixe, e do anterior presidente, o belga Paul Bulcke.
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Nos primeiros nove meses de 2025, o crescimento das vendas da Nestlé foi de 3,3%, impulsionado por aumentos de preços de 2,8%.
Navratil, que dirigia até setembro a Nespresso, vai tentar estabilizar o grupo económico, cujo crescimento desacelerou devido à grande inflação de 2022 e a um escândalo no setor da sua água engarrafada.
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