Novo Nordisk desafia Pfizer com oferta de até 9.000 milhões pela Metsera

A Novo Nordisk oferece pela Metsera pelo menos 6.500 milhões de dólares - aos quais podem acrescer 2.500 milhões se cumpridas certas condições - desencadeando uma acesa disputa com a Pfizer para obter um medicamento para a perda de peso que ambas desejam para conquistar terreno num mercado em expansão.

Em concreto, a farmacêutica dinamarquesa chega-se à frente com 56,50 dólares por ação em dinheiro e adiantado, segundo um comunicado emitido após a Bloomberg ter avançado com o exclusivo, mas o preço de compra poderá aumentar até 21,25 dólares mais por ação (+2.500 milhões), se cumpridos determinados objetivos. 

Esta oferta acontece depois de a Pfizer ter anunciado, no mês passado, que chegara a um acordo para a aquisição da biotecnológica norte-americana especializada em tratamentos contra a obesidade por 4.900 milhões que pode chegar a 7.300 milhões de euros, mediante o cumprimento de marcos clínicos e regulatórios.

A Metsera reconheceu que a segunda proposta é melhor e indicou que dispõe agora de quatro dias para negociar alterações à primeira, estando aberta a porta à possibilidade de rescindir o acordo com a Pfizer.

A Pfizer já reagiu, considerando o movimento da Novo Nordisk no sentido de fazer com que o acordo que alcançou caia por terra não só é "imprudente e sem precedentes" como uma tentativa de abuso da sua posição dominante.

"Trata-se de uma tentativa de uma empresa com uma posição dominante no mercado de suprimir a concorrência, violando a lei, ao assumir o controlo de uma empresa americana emergente. Além disso, a proposta está estruturada de forma a contornar as leis 'antitrust' e acarreta riscos substanciais de regulamentação e execução", diz, em comunicado.

"A proposta é ilusória e não pode ser considerada superior nos termos do acordo da Pfizer com a Metsera", contrapôs, apontando "estar preparada para utilizar todos os meios legais disponíveis para fazer valer os seus direitos previstos no acordo", reforça ainda.

A disputa surge após contratempos para ambas as gigantes farmacêuticas no mercado dos tratamentos contra a obesidade que deve atingir os 100.000 milhões de dólares até 2030, segundo a Bloomberg, o qual a Eli Lilly lidera.