O consumidor é que manda. Será?

As marcas querem fazer parte da vida dos seus clientes e vale quase tudo.
Miguel Baltazar/Negócios
Ana Torres Pereira 27 de Novembro de 2013 às 23:45

O consumidor é o centro das atenções. As redes sociais e os novos meios de interacção alteraram a forma das marcas alcançarem o seu objectivo: entrar na vida dos clientes. Agora o consumidor é quem manda. Será mesmo assim?

"Há um conjunto de ferramentas para aumentar o tráfego em loja e conseguir atrair e reter consumidores, que estão cada vez mais aprimoradas à medida que o conhecimento sobre o consumidor evolui", conta a professora do ISCSP, Raquel Ribeiro, especialista em consumo. E se as técnicas de "neuromarketing" e "marketing" sensorial estão à disposição, "ainda são relativamente poucas as marcas que dispõem deste conhecimento e o praticam efectivamente".

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Isabel Conduto, "designer partner" da Albuquerque Design, corrobora esta ideia: "Há muitas marcas a passar a mesma mensagem: ‘esta marca és tu’. É claro que nem todas estão igualmente tão em cima da ‘tendência’, do Marketing 3.0, algumas têm ainda abordagens mais tradicionais e focam as vantagens competitivas do que têm para oferecer".

Conceição Pinheiro, directora comercial da UP Partner, detalha que as marcas "estão a adaptar-se ao novo consumidor que valoriza cada vez mais a personalização e participação, a transparência, a conveniência e utilidade, a segurança e a rapidez". Mas, os descontos e os "vouchers" ainda são os grandes instrumentos de convencimento. Contudo, Raquel Ribeiro alerta que "a comunicação indiferenciada está a perder eficiência, e se a personalização não for contemplada, este tipo de mecanismos tende a fracassar [a longo prazo]". Conceição Pinheiro acrescenta que "no limite, optar apenas por estratégias de redução de preços (quer on-line quer off-line) leva a uma ‘guerra de preços’ por parte das marcas e a uma diminuição da percepção de valor dos produtos".

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E não são só as marcas que estão a mudar, os próprios espaços comerciais estão-se a adaptar. Inês Valente Rosa, da direcção de Consumer Intelligence da UP Partner, conta que estão a surgir "lojas mais pequenas e próximas por forma a trazer maior conveniência. Aposta-se no ‘engagement’ pela criação de experiências". A utilização das redes sociais para potenciar o consumo criando "amigos" em vez de cativar clientes é outra das tendências.

Isabel Conduto refere que as empresas que estão a colocar "o design thinking" no topo da sua estratégia, como a Zara, a Apple ou o Ikea, estão a conquistar mais clientes. "O design realmente centra toda a empresa nas pessoas em vez de persuadir, por campanhas ou técnicas de comunicação que faz", acrescenta a designer.

O grande desafio de futuro, com tantas estratégias e estímulos é ter um consumo consciente. Raquel Ribeiro deixa a mensagem: a "sobrevivência social económica e ambiental" passa por uma "maior exigência por parte dos clientes".

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Vouchers: Groupon, Letsbonus ou Lifecooler

São várias as plataformas que disponibilizam "voucher" e cupões de oferta que apelam ao consumo. E também produtos com descontos para escoar "stock" ou para lançar uma loja nova e cativar os primeiros clientes.

 

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Blogues: Novas tendências de moda

São normalmente mulheres "normais" com um vasto número de fãs que marcam tendências de moda. As marcas escolhem-nas para experimentar os seus produtos, o que se torna aspiracional para os consumidores.

 

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Sites: Da loja para a internet

Já são muitas as marcas com lojas físicas que já têm um site. O "shopping" on-line permite não só fazer uma escolha antecipada para uma venda "off-line", como já começa a ter uma aceitação dos clientes para finalizar a compra.

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