Fenprof fala em alteração "agressiva". Ventura diz que Governo foi "casmurro" com a greve geral
Fenprof fala em proposta de legislação laboral "muito agressiva"
André Ventura diz que greve geral não foi evitada porque Governo "foi casmurro"
Pelo menos 60 voos cancelados no Aeroporto de Lisboa
Sindicato dos bancários rejeita serviços mínimos no BCP
UGT: "O Governo vai ter um sinal de que alguma coisa está a fazer mal"
Vários serviços com adesão de 100% à greve, avança CGTP
Comboios, escolas e serviços públicos. Greve geral deixa vários setores em serviços mínimos
CGTP desafia Governo a tirar ilações
Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, fala numa "resposta firme dos trabalhadores", num balanço da greve geral desta quinta-feira.
"Estamos perante uma grande greve geral, uma resposta firme dos trabalhadores, seja do setor público ou do privado. Estamos numa fase inicial, os dados estão a ser compilados, mas há uma grande adesão. Temos uma resposta dos trabalhadores ao ataque que está a acontecer ao trabalho", referiu, em declarações à CNN Portugal, instando o Governo de Luís Montenegro a tirar ilações.
Fenprof fala em proposta de legislação laboral "muito agressiva"
José Feliciano Costa, um dos dois secretários-gerais da Fenprof, diz que os professores juntaram-se à greve geral pois a proposta de legislação laboral que está em cima da mesa "é muito agressiva, são alterações que representam décadas de retrocesso nos direitos dos trabalhadores".
"Pode ser que a partir de hoje [o Luís Montenegro] tenha a noção da resposta que os trabalhadores estão a dar e depois se sente à mesa [das negociações]. Esta greve foi marcada porque houve tentativa de negociar e não houve capacidade do Governo [de dar resposta]", adiantou ainda o secretário-geral da Fenprof, em declarações à rádio Observador.
Na mesma declaração, o porta-voz dos professores lembra que "em democracia a greve é um direito dos trabalhadores e quando o fazem não é de forma leviana".
André Ventura diz que greve geral não foi evitada porque Governo "foi casmurro"
O líder do Chega e candidato presidencial André Ventura diz que a greve geral não foi evitada porque o “Governo foi casmurro, teimoso e quis desrespeitar quem trabalha”.
Em entrevista ao podcast Política com Assinatura, da Antena 1, Ventura considera que o Governo de Luís Montenegro “optou por uma espécie de linha liberal, que dá ideia a quem trabalha, de que pode ser despedido a qualquer altura, que vai perder direitos e que só interessa quem manda e não quem trabalha, e isso é errado”.
“Há razões para um descontentamento generalizado, e [os trabalhadores] têm razão”, sublinha, considerando que tem esperança de que “o Governo arrepie caminho e retire uma série de leis absurdas que aqui estão”.
Pelo menos 60 voos cancelados no Aeroporto de Lisboa
No Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, pelas 08:30 horas desta quinta-feira, já eram mais de 60 os voos cancelados, segundo o que era apresentado nos painéis de informação do aeroporto. A TAP conseguiu antecipar os efeitos da greve e cancelou, logo ao início da semana, alguns dos voos desta quinta-feira.
Sindicato dos bancários rejeita serviços mínimos no BCP
O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) revelou, em comunicado enviado às redações nesta quinta-feira de manhã, que o BCP "decidiu comunicar ao SNQTB que pretendia realizar serviços mínimos, em diversos setores do banco"
O sindicato bancário considera que "não se justifica, nem existe fundamento, para aceitar a proposta de serviços mínimos do BCP".
"Em reunião, requerida pelo banco e realizada [a 10 de dezembro] na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), o SNQTB explicitou o seu entendimento, não aceitando assim a proposta de serviços mínimos formulada pelo BCP, tendo a reunião sido concluída sem qualquer acordo das partes intervenientes"
O sindicato diz que "estará atento ao livre exercício do direito de greve por parte dos trabalhadores do BCP e de todos os bancários".
UGT: "O Governo vai ter um sinal de que alguma coisa está a fazer mal"
Mário Mourão, secretário-geral da UGT, sublinhou nesta quinta-feira de manhã, em entrevista à RTP, que "o Governo vai ter um sinal de que alguma coisa está a fazer mal" com a forte adesão esperada à greve geral.
"Acho que o Governo tem que ser sensível aos sinais que a greve geral pode dar ao país. A adesão à greve vai andar entre os 55% e os 80%, depende do setor", avançou o responsável da UGT. "A greve é um instrumento importante quando as negociações não têm resultado".
"Se houver vontade de dialogar e negociar, estamos disponíveis, mas não estamos disponíveis para fazer tempo até que a proposta vá para a Assembleia da República sem alterações", considerou ainda Mário Mourão.
O líder da UGT diz que "houve intransigência" por parte do Governo no processo negocial das alterações à lei laboral. "Começamos a negociar e uma das condições era que nem o Governo nem a UGT colocaria linhas vermelhas. Para além dessa vontade de não estar na mesa negocial, o Governo começou a falar em linhas mestras e isso condiciona a negociação", considera.
Vários serviços com adesão de 100% à greve, avança CGTP
Segundo a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), às 05:30 horas, vários serviços apresentavam uma adesão de 100% à greve geral marcada para esta quinta-feira.
São exemplos algumas unidades da Autoeuropa, com a produção a estar totalmente parada, a recolha de lixo da Câmara Municipal do Seixal, os Transportes Coletivos do Barreiro, os serviços de imagiologia do Hospital de Loures e de raio-X do Hospital de Elvas, posto de abastecimento da Moeve na Maia, as oficinas da Musgueira da Carris, entre oturos.
No metropolitano de Lisboa a adesão à greve também era de 100% para os funcionários representados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal.
Comboios, escolas e serviços públicos. Greve geral deixa vários setores em serviços mínimos
Esta quinta-feira será marcada pela greve geral em Portugal.
Saiba ainda se está abrangido pela greve geral e que efeito poderá ter no seu salário.
Respondemos também à questão do dia – quais são, afinal, as alterações à lei laboral que a greve geral quer travar? Despedimentos, horários e serviços mínimos: são várias as mudanças que estão na calha.
Temos ainda disponível um guia sobre a greve geral para trabalhadores e empresas.
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