OPA hostil do BBVA ao Sabadell termina esta sexta-feira

O resultado da OPA só será, porém, revelado pela Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNVM) de Espanha dentro de uma semana, em 17 de outubro.
BBVA lançou OPA hostil sobre BBVA
Miguel Baltazar
Lusa 10 de Outubro de 2025 às 07:38

Os acionistas do Sabadell têm até esta sexta-feira para aceitar a oferta que o BBVA fez pelos títulos do banco catalão no âmbito de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil lançada há mais de um ano.

O resultado da OPA só será, porém, revelado pela Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNVM) de Espanha dentro de uma semana, em 17 de outubro.

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O BBVA, outro banco espanhol mas com origem no País Basco, impôs como requisito mínimo conseguir 50% do Sabadell.

Se conseguir entre 30 e 50%, o BBVA poderá aceitar ficar com essa participação no Sabadell, mas terá, por lei, de lançar uma segunda OPA com uma oferta integralmente em dinheiro (o que não acontece na atual, que é uma troca de ações).

Se o BBVA conseguir menos de 30% do Sabadell, a OPA fracassará.

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A OPA está formalmente em curso desde 08 de setembro e o banco basco BBVA oferece uma ação sua por cada 4,8376 ações do catalão Sabadell.

Como a oferta é integralmente em ações, os acionistas que tiverem mais-valias ficam livres de tributação fiscal em Espanha se a aceitação da OPA superar 50% dos direitos de voto do Sabadell, "dado que a operação seria fiscalmente neutra", destacou o BBVA em 22 de setembro, numa comunicação à CNMV de Espanha.

Com esta proposta, o BBVA avalia cada ação do Banco Sabadell a 3,39 euros, um valor recorde em mais de uma década.

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Atendendo ao valor das ações dos dois bancos na bolsa de Madrid a meio do dia de quinta-feira, os acionistas do Sabadell ganhariam cerca de 2% com a oferta do BBVA.

A OPA hostil do BBVA tem como alvo 100% do capital social do Sabadell, composto por 5.023.677.732 de ações.

O BBVA lançou a OPA sobre o Sabadell em maio de 2024, mas só foi aprovada pelo regulador do mercado espanhol em abril passado.

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Em 24 de junho, numa decisão inédita, o Governo de Espanha levou a OPA a Conselho de Ministros e estabeleceu que só a autoriza se os dois bancos mantiverem durante três anos personalidades jurídicas, patrimónios e gestões separadas.

O Governo poderá, após três anos, prolongar esta exigência por mais dois.

Bruxelas abriu um procedimento de infração contra Espanha por causa da legislação que permitiu ao Governo condicionar a fusão dos dois bancos.

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Em 11 de agosto, o BBVA decidiu avançar com a OPA, apesar das condições impostas pelo Governo.

Se avançar, a fusão dos dois bancos criará uma entidade com perto de um bilião de euros em ativos, 135.462 trabalhadores em todo o mundo (dos quais 19.213 do Sabadell) e mais de 7.000 agências.

Seria dos principais bancos europeus e ultrapassaria o CaixaBank (dono do português BPI) em ativos, posicionando-se como o segundo maior banco de Espanha em ativos (o primeiro é o Santander).

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O Conselho de Administração do Sabadell desaconselhou por duas vezes os acionistas a aceitarem a oferta do BBVA, sublinhando que subavalia o banco catalão.

Numa conferência em Madrid organizada pelo Expansión e KPMG na segunda-feira, o presidente executivo (CEO) do Sabadell, César González-Bueno, disse duvidar de que a OPA seja bem-sucedida, com base nos dados que possuía naquela data.

Já o BBVA tem realçado que a oferta é "excecionalmente atraente" e uma "oportunidade única" para os acionistas do Sabadell e tem mostrado confiança em que conseguirá mais de 50% do capital do banco catalão.

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O presidente do BBVA, Carlos Torres, disse nos últimos dias que o banco conseguirá mais de 50% do Sabadell com esta OPA graças a investidores institucionais, fundos de investimento e outros que, no conjunto, têm 45% do capital da entidade catalã, com a incógnita a ser a dimensão de adesão dos acionistas minoritários e particulares.

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