Pfizer compra Metsera por 5 mil milhões e aposta forte na luta contra a obesidade

Com o fracasso do Danuglipron, a Pfizer aposta na Metsera para recuperar terreno num mercado em rápida expansão, dominado por Novo Nordisk e Eli Lilly.
EPA
João Silva Jesus 14:00

A Pfizer anunciou esta segunda-feira a aquisição da biotecnológica norte-americana Metsera, especializada em medicamentos para obesidade, num negócio que poderá atingir os 4,9 mil milhões de dólares (cerca de 4,5 mil milhões de euros). O acordo, aprovado pelos conselhos de administração de ambas as empresas, deverá ser concluído até ao final de 2025, dependendo da aprovação regulatória e dos acionistas.

, a farmacêutica norte-americana pagará 47,50 dólares por ação em numerário, avaliando a Metsera em 4,9 mil milhões de dólares. O valor total poderá subir para 7,3 mil milhões mediante o cumprimento de marcos clínicos e regulatórios, incluindo a aprovação de formulações de administração mensal.

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A obesidade é um espaço terapêutico vasto e em rápido crescimento, com mais de 200 condições de saúde associadas. A aquisição da Metsera impele a Pfizer para esta área estratégica”, declarou Albert Bourla, presidente executivo da empresa.

A transação marca um dos maiores negócios da Pfizer dos últimos anos, após a compra da . O movimento também evidencia a tentativa de recuperar dinamismo depois da queda de mais de 50% no valor das suas ações desde o pico da pandemia, quando beneficiou do sucesso da vacina contra a Covid-19.

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A Metsera, fundada em 2022 e cotada em bolsa desde 2025, desenvolve medicamentos de nova geração para obesidade e doenças cardiometabólicas. O seu principal candidato, o MET-097i, mostrou em ensaios clínicos de fase 2 uma redução média de 11,3% da massa corporal em 12 semanas, com menos efeitos adversos do que os atuais tratamentos baseados em GLP-1, como o Wegovy da Novo Nordisk ou o Zepbound da Eli Lilly. A biotecnológica está ainda a explorar formulações de toma mensal, versões orais e combinações com a hormona amilina, vista como uma alternativa capaz de suprimir o apetite sem causar perda muscular.

Whit Bernard, presidente-executivo da Metsera, sublinhou que “desde 2022 a empresa trabalhou para reduzir o peso físico, emocional e económico da obesidade”, acrescentando que o acordo com a Pfizer representa “uma oportunidade excecional para transformar a vida de centenas de milhões de pessoas”.

A corrida à obesidade tornou-se uma das mais intensas da indústria farmacêutica, com previsões que apontam para um . A Pfizer aposta agora em recuperar terreno perdido, depois de o seu próprio candidato experimental, o Danuglipron, ter falhado em ensaios clínicos.

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O interesse global também se estende ao campo dos genéricos. A , da Novo Nordisk, cujas patentes começam a expirar em 2026. Este movimento poderá alterar o equilíbrio de forças no setor, ao mesmo tempo que grandes farmacêuticas como a Pfizer procuram diferenciar-se com terapias de nova geração.

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