Unidade de construção penaliza resultados da Soares da Costa

O BPI diz que os resultados aquém do esperado da Soares da Costa, devem-se “sobretudo” à unidade de construção. A cotada negoceia a desconta face às pares.
Hugo Paula 30 de Agosto de 2010 às 11:04

O desempenho financeiro, a unidade de concessões e o facto de a cotada negociar a um desconto face ao sector, são também referidos pelos analistas do BPI, que lhe atribuem um preço-alvo de 1,15 euros, com recomendação de "manter".

Pela positiva, a casa de investimento, refere o desempenho da unidade de concessões ao nível do EBITDA e das receitas, já que ambas ficaram acima do esperado pelos analistas, Também o desempenho financeiro merece nota positiva, por terem evidenciado uma melhoria que contraria a expectativa dos analistas.

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A unidade da concessões beneficiou de “alguma retoma do tráfego”, que cresceu 1,3% face aos primeiros seis meses do ano passado e que suportou receitas 31% acima das estimativas do banco e o EBITDA 4% acima do esperado.

Já o Banif diz, na sua “morning call” desta manhã, que os resultados parecem “ligeiramente negativos duma perspectiva operacional”, com as vendas e o EBITDA a ficarem abaixo do que esperavam. “Os custos financeiros menores do que antecipávamos explicam o desvio positivo do resultado líquido face à nossa expectativa”.

O BPI Equity Research sublinha que a Soares da Costa negoceia “a um forte desconto” quando comparada com as suas pares europeias. O seu preço equivale a 6,9 vezes os resultados e a capitalização bolsista equivale a 5,8 vezes o EBITDA, o que lhe confere um desconto de 57% e de 19%, respectivamente, nos dois múltiplos. Esta diferença é o “provável resultado da [sua] menor visibilidade e do elevado peso das actividades de construção”, face à maioria das suas pares diversificadas.

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A empresa liderada por Pedro Gonçalves reviu em baixa a sua estimativa de receitas e EBITDA para o final do ano, devido ao atraso de obras em Portugal e Angola. Embora se espere que este efeito seja em grande parte anulado no segundo semestre, a meta para as receitas desceu de 970 milhões de euros para 930 milhões e ambas comparam desfavoravelmente com a estimativa do BPI, que antecipa vendas de 1.041 milhões de euros. O EBITDA estimado para o fim do ano é agora de 93 milhões de euros, revistos em baixa de 98 milhões e comparam com a estimativa de 109 milhões.

“Neutral” é o agravamento do nível da dívda, que se encontra agora 6% acima do estimado pelo BPI, refere a nota publicada esta manhã no Iberian Daily e assinada por uma equipa de analistas do banco.

As acções da Soares da Costa avança 1,25% para 0,85 euros, com um volume de 3.600 acções em quase três horas de negociação.

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