Vodafone garante compra da Ono por 7,2 mil milhões de euros

A Vodafone, que em Espanha é liderada pelo português António Coimbra, chegou a um acordo verbal com os fundos de capital de risco que controlam a espanhola Ono.

 

Este acordo que pressupõe a venda de 100% da empresa de cabo, também prevê a assunção da dívida da empresa que ronda os 3.400 milhões de euros.

 

O jornal "Expansión" refere que estão a ser tomadas as últimas providências para a conclusão da operação, nomeadamente a redacção dos contratos de compra-venda que deverão ser assinados "nos próximos dias".

 

No início de Fevereiro, o "Sunday Times" dava conta de que a Vodafone estava em conversações com a Providence Equity Partners, a Quadrangle Capital e a GE para a aquisição da Ono.

 

Com esta venda, a intenção de colocar a Ono em bolsa cai por terra, uma decisão que havia sido aprovada recentemente pelos accionistas da empresa.

 

A Vodafone, com esta operação, garante o acesso a sete milhões de famílias através da sua infra-estrutura de HFC (híbrida de fibra e cabo coaxial) que permite oferecer velocidades entre 100 e 200 megabits, competindo assim directamente com a Telefónica.

 

O "Expansión" refere que a operadora britânica não só poderá oferecer o seu pacote de televisão, como poderá fazer a integração e gestão de três redes fixas em paralelo: ADSL, a rede cabo da Ono e a nova rede FTTH (Fiber-to-the-Home) que está a ser construída em parceria com a Orange.

 

A operação está condicionada à autorização dos reguladores. A mesma fonte refere que existe uma dúvida se quem se terá que pronunciar será a Comisión Nacional de los Mercados y de la Competencia (CNMC), ou a Direcção Geral de Concorrência da Comissão Europeia.

 

A Vodafone apresentou, em 2013, uma quebra da facturação devido ao mau desempenho da companhia em mercados como a Espanha e a Itália. A facturação, em 2013, caiu 2,9%, para os 9,5 mil milhões de libras, cerca de 11,5 mil milhões de euros.

 

No quarto trimestre, a Ono aumentou a sua carteira de clientes em 9 mil na Internet e 183 mil nas subscrições móveis. Contudo, neste período perdeu 17 mil clientes de televisão. Nos últimos nove meses, o EBITDA, ou "cash flow" operacional, da Ono caiu 6,3%, para os 529 milhões de euros.