Stellantis com prejuízos de 2,3 mil milhões de euros no primeiro semestre. Tarifas terão custado 300 milhões

O novo CEO, no cargo há um mês, está a tentar responder às mudanças no setor automóvel, impactado pelas tarifas dos EUA e pelo aumento de elétricos chineses num mercado europeu estagnado.
Stellantis.
AP
Bárbara Cardoso 21 de Julho de 2025 às 16:39

A Stellantis registou prejuízos surpreendentes nos resultados preliminares do primeiro semestre deste ano, conturbado para o setor automóvel. A fabricante da Jeep e da Fiat anunciou esta segunda-feira um prejuízo de 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,3 mil milhões de euros ao câmbio atual), significativamente diferente das expectativas dos analistas, que apontavam para lucros, ainda que modestos. 

O grupo registou ainda cerca de 3,3 mil milhões de euros de encargos líquidos antes de impostos até junho - incluindo 700 milhões de euros relacionados com a sua decisão de abandonar a "joint venture" com a Michelin e a Forvia para fabricar veículos a hidrogénio. 

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A empresa diz estar a lidar com os impactos da guerra comercial desencadeada pelos EUA com as tarifas, ao mesmo tempo que a Administração de Donald Trump está a reduzir o apoio aos elétricos. A Stellantis pôs ainda de lado novos investimentos em veículos elétricos e a hidrogénio, como forma de compensar a redução da procura. 

Os resultados negativos espelham uma nova estratégia da fabricante com um novo CEO no comando. Há um mês no cargo, Antonio Filosa quer reformar a empresa, colocando a maioria dos itens negativos nas contas do primeiro semestre para  a partir daí poder evoluir para resultados mais positivos, explica a Bloomberg.  

O italiano de 52 anos tem em mãos uma tarefa complicada, isto porque tenta responder aos impactos das tarifas e corrigir os erros anteriores da empresa, anteriormente liderada por Carlos Tavares. Aliás, a Stellantis estima que as tarifas custaram 300 milhões de euros à empresa no primeiro semestre. A política comercial dos EUA está a aumentar os custos do setor e a perturbar as cadeias de abastecimento mundiais, enquanto as fabricantes chinesas, como a BYD, estão a ganhar terreno no mercado automóvel europeu estagnado.

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O impacto das taxas alfandegárias será “significativamente” maior no segundo semestre, afirmou o diretor financeiro da Stellantis, Doug Ostermann, numa reunião com analistas, citado pela Bloomberg.

Em bolsa, as ações da Stellantis chegaram a subir 2,5%, apagando uma quebra inicial de 3,8%. No fecho da sessão em Milão, a empresa ganhou 1,67% para 8,45 euros por título.

A empresa vai divulgar os resultados finais na quinta-feira, 24 de julho. 

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