Os lucros do grupo Volkswagen encolheram 61% nos primeiros nove meses do ano, para os 3.405 milhões de euros, revelou esta quinta-feira o gigante automóvel alemão. A penalizar as contas estão as tarifas impostas pelos EUA, que já custaram ao grupo com sede em Wolfsburgo 2.100 milhões de euros, e a mudança estratégica da Porsche, na qual a Volkswagen detém uma participação de mais de 75%, em relação aos veículos eletrificados, que deixou um rombo de 4.700 milhões de euros.

A crise na Porsche viu a fabricante de automóveis desportivos e de luxo baixar os lucros em 95% até setembro, esperando mesmo fechar o ano com prejuízos de 1.800 milhões de euros. A Porsche decidiu fazer marcha atrás nos planos para desenvolver versões totalmente elétricas de vários modelos, incluindo o Cayenne. O impacto da Porsche levou o grupo Volkswagen a registar prejuízos operacionais de 1.300 milhões só no terceiro trimestre.

O CFO do grupo, Arno Antlitz, considerou que este ano tem sido marcado por uma "situação mista". Por um lado, sublinha, o grupo Volkswagen tem tido sucesso comercial quer nos veículos a combustão interna quer nos elétricos. Contudo, o "mix de produção de veículos elétricos pesa nas contas, uma vez que estes têm menores margens".

As ações da Volkswagen perdem 1,67%, para os 90,46 euros.