Administrador sai da Santa Casa por discordar de entrada no Montepio
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa perdeu um administrador e, de acordo com o jornal i, a saída deve-se à discordância em relação à possível entrada da entidade na Caixa Económica Montepio Geral.
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Ricardo Alves Gomes, que foi adjunto de Pedro Santana Lopes na Câmara Municipal de Lisboa e no Governo, fazia parte da administração desde 2015, quando o antigo primeiro-ministro era o provedor, tendo continuado com Edmundo Martinho na liderança.
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O advogado saiu agora dessas funções. Em carta enviada ao ministro da tutela, José Vieira da Silva, Alves Gomes solicitou a sua exoneração por não ter "condições de assegurar votar favoravelmente – e fazer cumprir – algumas das opções estratégicas e operacionais que se colocam à Santa Casa actualmente", segundo adianta o i.
"A Santa Casa confirma a exoneração a pedido do próprio e não tem mais qualquer comentário a fazer", indica a assessoria de imprensa da entidade. A exoneração foi aceite. O nome de Ricardo Alves Gomes já não conta do organograma da Santa Casa. Neste momento, a administração conta com cinco membros.
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Segundo o jornal i, a questão do Montepio é uma das opções estratégicas em causa que levantou a dúvida do ex-administrador. O Público tinha, em Dezembro, noticiado que havia divisões na mesa da Misericórdia em relação a este investimento, nomeadamente por parte dos dois administradores ligados ao PSD, entre os quais Ricardo Alves Gomes.
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O Observador adiantou, em Novembro, que Alves Gomes tinha deixado de ser militante do PSD em 2005, no final do Governo de Santana Lopes, de quem era adjunto, mas continuava a ser próximo do ex-governante. Foi, aliás, no seu mandato como provedor que chegou à administração.
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O PSD tem-se mostrado frontalmente contra o negócio, bem como o CDS, sendo que também à esquerda há oposição partidária ao investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em acções do Montepio. Aliás, a Assembleia da República aprovou uma recomendação ao Governo para impedir o negócio, mesmo quando os números em cima da mesa apontam para a colocação de 18 milhões de euros, que dará direito a 1% do capital, e não dos 200 milhões de euros falados inicialmente.
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O investimento da Santa Casa na caixa económica está em suspenso, tendo em conta a recomendação do Governo, que Vieira da Silva disse que iria analisar. O Expresso falou que a acção está congelada, mas não foi cancelada publicamente. O Ministério da Solidariedade não tem respondido aos sucessivos contactos do Negócios sobre o tema.
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