Amado e Faria de Oliveira: o que importa é a qualidade dos accionistas, não a nacionalidade
Foi uma declaração repetida aos jornalistas por parte dos banqueiros e ex-banqueiros à margem do Fórum Banca, organizado pelo Jornal Económico e a PwC: "o que importa é a qualidade e não a nacionalidade" dos accionistas.
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Questionado devido à entrada da Fosun no seu capital, com o grupo chinês a adquirir 16,7%, Nuno Amado afirmou que a "nacionalidade tem de ser bem diversificada". A sua preocupação é uma e não a nacionalidade do investidor: qualidade.
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Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), falou no mesmo sentido: "a nacionalidade é muito menos relevante" do que outros factores como a solidez financeira, a credibilidade e a reputação do investidor. "O que importa é a qualidade e não a nacionalidade".
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Especificamente sobre a Fosun, dona da Fidelidade e da Luz Saúde e agora principal accionista do BCP, Faria de Oliveira afirmou que a sua "credibilidade não tem sido posta em causa".
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As declarações desta quarta-feira foram feitas depois de, no dia anterior, o líder da APB ter dito que os bancos estão a reestruturar-se e a procurar atrair capital. "[Procura-se] atrair investidores que não são os que desejaríamos mas que são os investidores que, por várias razões, interessam".
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António Ramalho, que preside ao Novo Banco também em processo de venda e com interessados vindos da China, dos EUA e de Portugal, também afirmou que "a largura da base accionista é algo positivo". E afirma que a génese do país faz com que seja "expectável" que a banca portuguesa seja "aquela que tem mais geografias representadas no seu capital".
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Neste momento, o BPI está sob uma oferta do catalão CaixaBank, que é já o seu maior accionista; o Novo Banco encontra-se em venda; o BCP tem a Fosun como principal dono logo seguido da Sonangol (e ambos dando sinais de que pretendem reforçar as respectivas participações).
Na intervenção que teve no Fórum Banca, António Ramalho acrescentou que a discussão sobre a nacionalidade dos investidores na banca não deve ir além das conclusões que os supervisores retiram da avaliação da idoneidade. Se é dada idoneidade, não pode haver mais questões.
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António Vieira Monteiro, que lidera o Santander Totta detido por capitais espanhóis, diz que não faz sentido "levantar barreiras à entrada de accionistas, seja qual for a origem". A ideia que interessa é o respeito pelas regras de mercado em vigor.
Do Banco CTT, Luís Pereira Coutinho também defendeu a diversificação accionista. Até pelo olhar dos clientes: "Não acho que seja completamente indiferente para os clientes a matriz de base dos bancos. As pessoas têm preferências diferentes".
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(Notícia actualizada às 12:57 com mais informação)
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