BCP com prejuízos de 218 milhões em 2014
O Banco Comercial Português obteve prejuízos de 217,9 milhões de euros no exercício de 2014. O número fica ligeiramente acima dos 203 milhões de euros estimados pelos analistas consultados pela Reuters. Ainda assim, é mais de três vezes inferior ao resultado líquido negativo de 740,5 milhões alcançado em 2013.
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A descida reflecte, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a "evolução favorável da rendibilidade da actividade em Portugal e o aumento do contributo das operações internacionais".
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A contribuir para que o banco liderado por Nuno Amado (na foto) esteja ainda em terreno negativo conta o nível de imparidades e provisões que foram necessárias devido à avaliação feita pelo Banco Central Europeu – aumentaram 34,9% para 1.107 milhões de euros.
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Contudo, há três motivos positivos para que se tenha conseguido a redução dos prejuízos. Verificou-se um ganho de 69,4 milhões com a venda as posições nas seguradoras do ramo Não-Vida; já a alienação de títulos de dívida pública rendeu 319,2 milhões.
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Margem financeira sobe 31,6%
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Mas a razão mais forte para esta subida foi mesmo a margem financeira (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos e que serve de base ao negócio bancário), que subiu dos 848,1 milhões, em 2013, para os 1.116,2 milhões de euros, em 2014, um ganho de 31,6%.
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Em Portugal, a melhoria da margem "reflecte a descida continuada do custo dos depósitos a prazo, o menor nível de juros associados à emissão dos instrumentos financeiros híbridos subscritos pelo Estado português (CoCos), na sequência do reembolso antecipado de 2.250 milhões de euros concretizado durante 2014, e o efeito positivo induzido pela operação de aumento de capital realizada em Julho de 2014", aponta o mesmo documento. Isto apesar das taxas de juro estarem em níveis historicamente baixos, o que baixou a procura de crédito.
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O produto bancário do BCP somou 2.292,5 milhões de euros, um aumento homólogo de 29,6%.
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Corte de pessoal ajuda custos
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Os custos operacionais do banco privado caíram 11,2% para 1.149,6 milhões, embora numa base comparável a diminuição seja apenas de 2,3%. Neste campo, e "na actividade em Portugal, os custos operacionais, excluindo o efeito dos itens específicos, diminuíram 5,9% face a 2013, traduzindo os objectivos delineados no plano estratégico, nomeadamente a diminuição do número de colaboradores e de sucursais e a redução salarial concretizada no terceiro trimestre de 2014, materializando-se numa descida de 5,0% dos custos com pessoal e numa redução de 6,1% dos outros gastos administrativos".
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No final de 2014, o BCP contava com 7.795 funcionários em território nacional, uma quebra de 9,2% em relação ao ano anterior. A operação decorria em 695 sucursais em Portugal, menos 10,2% que em 2013.
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No comunicado, o Banco Comercial Português adianta que o resultado recorrente do quarto trimestre atingiu o "break-even", ou seja, saiu da zona dos prejuízos. Nuno Amado afirmou que, neste período, foram constituídas imparidades, em parte, para compensar a perda de valor em bolsa das acções da PT SGPS.
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No ano passado, os créditos a clientes, numa base bruta, decresceram 4,3% para os 57.734 milhões de euros no banco, enquanto os depósitos ascenderam 2,5% para os 49.817 milhões.
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O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias que está coberto por imparidades é de 83,1% no final do ano, mais forte dos que os 80,1% do ano anterior. "O crédito com incumprimento situou-se em 9,6% do crédito total em 31 de Dezembro de 2014, que compara com 9,2% em 31 de Dezembro de 2013, e o crédito em risco situou-se em 12% do crédito total, em 31 de Dezembro de 2014, que compara com 11,9% no final de 2013", ainda ainda o relatório apresentado.
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Em termos de capital, o rácio de solvabilidade CET1 ficou em 12%, menos duas décimas que no início do ano, tendo sido condicionado pelos resultados negativos apresentados pelo banco.
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(Notícia actualizada às 18h20 com mais informações)
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