Guia para acompanhar os resultados trimestrais do BCP
A fusão do Millennium Angola com o Banco Privado Atlântico está concluída. Era o passo que faltava para que o Banco Comercial Português devolvesse parte dos 750 milhões de euros de ajuda estatal que ainda detém. Mas o objectivo da gestão de Nuno Amado é o de que, ainda em 2016, consiga reembolsar todo aquele montante. As contas do primeiro trimestre, que serão divulgadas esta segunda-feira, podem trazer alguma visibilidade sobre esse aspecto.
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Depois de ter conseguido alcançar lucros anuais em 2015 (os primeiros em cinco anos), o BCP deverá continuar a registar resultados líquidos positivos. No primeiro trimestre de 2015, o banco teve lucros de 70,4 milhões de euros. A crer nas previsões do CaixaBI, vão cair para os 43,3 milhões de euros nos primeiros três meses de 2016.
Para essa evolução, contribuirá a margem financeira do BCP. A queda dos juros pagos nos depósitos não deverá ser suficiente para que, segundo o CaixaBI, o indicador consolidado (juntando ainda a posição em Angola) não recue em relação ao mesmo trimestre de 2015.
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Nos primeiros três meses do ano, os resultados do banco sob o comando de Nuno Amado deverão ser penalizados pelos menores resultados em operações financeiras que, um ano antes, deram um impulso às contas com a venda de dívida pública.
Ainda assim, poderá haver espaço para uma redução das imparidades (o CaixaBI também tem essa perspectiva), já que houve um factor extraordinário a pesar no último trimestre de 2015: "por prudência", o BCP constituiu imparidades para eventuais perdas com clientes que eram accionistas do Banif, alvo de resolução no dia 20 de Dezembro.
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Além disso, para melhorar a base de capital do BCP, também há novidades por surgir em relação ao ActivoBank, o banco electrónico que colocou à venda e cuja alienação estava a ser negociada com o fundo inglês Cabot Square.
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No início de 2015, o Banco Comercial Português apresentou um resultado líquido positivo, ajudado sobretudo pela venda de dívida pública portuguesa (um aspecto que, durante a crise, possibilitou ganhos aos bancos). Um ano depois, o primeiro trimestre de 2016 não foi tão rico nos resultados em operações financeiras, o que deverá pesar nos lucros do banco de Nuno Amado.
Redução das imparidades
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O último trimestre de 2015 do BCP foi marcado por imparidades surpresa, constituídas para prevenir perdas com accionistas do Banif, que sofreram com a resolução da instituição financeira. Assim, entre Janeiro e Março de 2016, o dinheiro colocado para perdas futuras deverá cair, tendo em conta que o risco do crédito também tende a cair com a melhoria da economia.
Margem ainda sob pressão com Estado
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O BCP ainda é um banco sob auxílio estatal. Tem 750 milhões dos 3.000 milhões recebidos em 2012 para devolver. A fusão do seu banco em Angola é o ponto de partida para devolver uma parte. Nuno Amado quer pagar o restante até ao final do ano. A margem financeira continua, assim, sob pressão mas será um peso que, a prazo, deverá acabar por desaparecer.
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