Caixa com prejuízo de 39 milhões
A Caixa Geral de Depósitos apresentou um prejuízo de 39 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este resultado deve-se ao programa de rescisões que tem em curso.
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O número registado no primeiro trimestre compara com um resultado líquido negativo de 74 milhões no mesmo período de 2016, de acordo com o comunicado de resultados apresentado esta quinta-feira, 18 de Maio.
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O banco liderado por Paulo Macedo justifica o prejuízo devido aos "custos não recorrentes de 58 milhões de euros". Na prática, o que está aqui em causa é o "provisionamento do programa de pré-reforma e de rescisões por mútuo acordo". A instituição financeira está comprometida com a redução de 2.200 trabalhadores até 2020.
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Segundo afirmou o presidente executivo da instituição financeira, Paulo Macedo, estes resultados "estão em linha com o plano estratégico" que foi definido aquando da capitalização da CGD, no início deste ano. O banco defende que, excluindo o custo não recorrente com o programa para pré-reformas e rescisões de 2017, o banco teria apresentado resultado líquido positivo de 3,5 milhões.
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Produto sobe à custa do mercado
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Em relação à margem financeira, que corresponde à diferença entre juros cobrados em créditos e juros recebidos em depósitos, a CGD apresentou uma subida homóloga de 18,4% para 326 milhões de euros, que se deve sobretudo à descida das taxas que paga nos depósitos a clientes.
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No entanto, nas comissões líquidas cobradas aos clientes o banco público apresentou um comportamento negativo. A rubrica cedeu 3,7% para 108,7 milhões. A ajudar a CGD no primeiro trimestre estiveram as operações financeiras, onde o banco obteve 80,7 milhões, face aos quase 100 milhões de prejuízos que registara neste campo. "Este montante reflecte essencialmente os ganhos decorrentes da evolução das taxas de juro em mercado e de uma adequada gestão dos instrumentos de cobertura do risco de taxa de juro da carteira de títulos", indica o comunicado de resultados do primeiro trimestre.
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Assim, com a soma da margem, das comissões e das operações financeiras, o produto bancário da instituição financeira chegou a 489,5 milhões de euros, mais 65,2% do que no ano anterior.
Já no campo dos custos, a CGD registou um encargo operacional de 345,5 milhões de euros, um avanço de 16%. Este aumento deve-se, então, ao esforço para provisionar o programa de pré-reforma.
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As provisões e as imparidades da Caixa agravaram-se 34,6% nos primeiros três meses do ano, situando-se em 112,8 milhões de euros.
Crédito volta a recuar
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O crédito a clientes da CGD deslizou 5% em termos homólogos, fixando-se em 67.138 milhões de euros, com uma quebra de 13% nos créditos a empresas e de 5% nos particulares. O aumento verificado foi no sector público administrativo (50%) e nos institucionais (14%). Na comparação trimestral, os depósitos recuaram 2,3%, com quedas em todos os sectores.
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Os depósitos a clientes avançaram em Março, quando comparados com Dezembro, ainda que ligeiramente (0,7%), atingindo os 69.838 milhões. Olhando para Março de 2016, houve uma quebra de 5% dos depósitos captados pela CGD.
Rácios melhoram
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No final do primeiro trimestre, a CGD já apresenta rácios de capital que incluem a capitalização estatal de 3,9 mil milhões de euros. O rácio que mede o peso dos melhores activos, o Common Equity Tier 1, ficou em 12,3% face a 12% do final do ano passado, seguindo as normas actualmente em vigor.
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De acordo com as regras de regulação totalmente em vigor, o rácio CET1 situou-se em 12%, acima dos 11,8% de Dezembro.
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(notícia actualizada pela segunda vez às 19:00 com mais informação)
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