Director do BdP sai para a banca mas antes passa por período de nojo
O director da supervisão prudencial do Banco de Portugal vai voltar para a banca. Depois de ter saído do BCP para o regulador da banca, em 2014, Carlos Albuquerque (na foto) regressa ao sector financeiro. Mas antes terá de passar por um período de nojo.
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"O Dr. Carlos Albuquerque solicitou ao conselho de administração a cessação das funções de director do departamento de supervisão prudencial, tendo em vista o exercício futuro de funções no sector financeiro. O pedido foi aceite, com produção de efeitos a 31 de Janeiro de 2017", assinala o comunicado do regulador presidido por Carlos Costa enviado esta quarta-feira, 1 de Fevereiro.
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Contudo, essa saída para o sector financeiro não é imediata. "Em aplicação das normas de conduta e das correspondentes normas europeias, o Banco de Portugal impôs ao Dr. Carlos Albuquerque um período de transição (‘cooling-off’) durante o qual não poderá assumir funções em instituições financeiras sob a supervisão do Banco de Portugal e do Mecanismo Único de Supervisão".
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O supervisor da banca não tem ainda um período definido, já que será o Mecanismo Único de Supervisão, que junta o Banco Central Europeu e as autoridades de supervisão nacionais, a decidir.
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Um documento do Mecanismo Único de Supervisão relativo ao "enquadramento ético", datado de Março de 2015, assinala que, "para os membros de órgãos sociais e de dirigentes seniores, o período de ‘colling-off’ deve ser de pelo menos seis meses, se a intenção for trabalhar para uma instituição de crédito pelo qual foram responsáveis pela supervisão".
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Até entrar na instituição de crédito, que não é identificada pelo regulador, Carlos Albuquerque "desempenhará funções, em regime de destacamento, num projecto externo de solidariedade social, ligado ao tema do sobreendividamento".
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Carlos Albuquerque era director do departamento de supervisão prudencial desde Novembro de 2014, altura em que saiu do BCP, onde era director. Segundo o que o próprio disse quando esteve na comissão de inquérito ao Banif, em Abril de 2016, a "a supervisão (micro) prudencial tem como objectivo assegurar que as instituições financeiras detêm capital e liquidez suficientes para resistir a choques que possam afectar alguma destas variáveis e que as instituições sejam geridas de forma sólida e segura".
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Novo director regressa da PwC
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"O conselho de administração do Banco de Portugal nomeou o Dr. Luís Costa Ferreira para director do departamento de supervisão prudencial, cargo que já desempenhou no passado", acrescenta ainda aquele documento.
Sendo assim, para o lugar de Carlos Albuquerque regressa Luís Costa Ferreira, uma inversão do que ocorreu há três anos já que foi para o lugar de Costa Ferreira que Albuquerque foi em Novembro de 2014 quando partiu para a PwC após a resolução do BES.
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"O Dr. Luís Costa Ferreira iniciará as novas funções em 15 de Fevereiro de 2017", concretiza o Banco de Portugal.
O regulador da banca deverá também sofrer, em breve, alterações na sua administração. Os vice-governadores, Pedro Duarte Neves e José Berberan Ramalho, já terminaram os seus mandatos em Setembro e o primeiro não poderá ser reconduzido.
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