"Estamos no longo prazo. Não haverá despedimentos". Dono do Novo Banco mantém CEO
"Somos um investidor de longo prazo"."Não, não haverá despedimentos". As frases são do CEO do BPCE, o grupo francês que chegou a acordo para a compra do Novo Banco.
Numa conferência de imprensa eletrónica logo após o anúncio oficial da operação, Nicolas Namias sublinhou a solidez e rentabilidade do sistema bancário português e garantiu que o Novo Banco passará a ser uma peça fundamental do grupo gaulês: "representa uma diversificação dupla", afirmou, referindo-se a uma diversificação geográfica ("O BPCE passa a ter dois mercados domésticos") e de balanço ("Em França a maioria dos créditos a famílias são a taxa fixa, enquanto em Portugal são a taxa variável").
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"Estamos a abrir um segundo mercado doméstico e a assumir um compromisso com a economia portuguesa", disse o presidente executivo do BPCE, um gigante financeiro gaulês com presença em 50 países.
Nicolas Namias realçou que hoje o grupo que lidera já emprega 3 mil pessoas em Portugal, valor que dispara para mais de 7 mil com esta aquisição, garantindo que não há planos para cortes de pessoal." Esta transação não é para fazer sinergias", disse o responsável.
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O acordo para a compra do Novo Banco abrange a totalidade do capital, mas a aquisição dos 25% que estão nas mãos do Estado e do Fundo de Resolução ainda carece de conversas posteriores. Essas duas operações não deverão, no entanto, colocar problemas dado que o Lone Star acionou o mecanismo "drag along" que determina que acompanhem o até agora acionista principal Line Star.
"Estamos a iniciar discussões com o Governo e o Fundo de Resolução. A avaliação de 100% é de 6,4 mil milhões de euros", confirmou Namias, recusando-se a tecer mais comentários sobre contactos com as autoridades públicas.
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O responsável garante que com esta aquisição assume um compromisso com Portugal: "O BPCE será um parceiro credível da economia portuguesa", disse, assegurando que as empresas portuguesas nada têm a temer: "Este é um banco para as PME", lógica que é coincidente com a do grupo que lidera.
"A história do Novo Banco mostra que este é um banco para as PME. E portanto existe uma ligação com o BPCE, que em França é de longe o maior banco de PME", disse o CEO do grupo gaulês.
Namias elogiou o mercado bancário português "sólido e rentável" e sublinhou que esta é "a maior aquisição de um banco na zona euro nos últimos 10 anos".
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O BPCE vai - pelo menos para já - manter a comissão executiva do Novo Banco liderada por Mark Bourke. Questionado sobre uma eventual substituição da equipa que lidera o banco, Namias assegurou que a administração "fez um trabalho incrível nos últimos anos. O Novo Banco tornou-se um dos bancos mais rentáveis na Europa. Claro que conto com o empenho da comissão executiva.
"O Mark [Bourke] vai continuar o seu trabalho connosco", concluiu.
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