Morais Pires pode estar envolvido em pagamentos "offshore"
O semanário Expresso noticiou este sábado, 28 de Junho, que Amílcar Morais Pires (na foto), o administrador financeiro indicado por Ricardo Salgado para o suceder na liderança do BES, terá estado envolvido num esquema na Suíça semelhante do presidente do banco.
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"Entre o final de 2009 e Julho de 2011, o Banco Espírito Santo Angola (BESA) fez 12 transferências para duas contas no Crédit Suisse, num total de 27,3 milhões de dólares, em que terão sido beneficiados o presidente demissionário do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, e pelo menos o administrador-executivo por ele apontado para lhe suceder no cargo, Amílcar Morais Pires", pode ler-se na notícia avançada ontem pelo Expresso.
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Confrontado pelo jornal, Amílcar Morais Pires diz-se vítima de uma campanha de difamação. "Tenho a responsabilidade, pelo banco, mas também pelo país, de resistir à campanha de insinuações e rumores que vão surgindo a um ritmo intolerável visando a minha reputação e o meu bom nome", escreve o administrador num comunicado enviado ao semanário.
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Documentos a que o Expresso teve acesso mostram que as contas estão em nome de duas sociedades com sede no Panamá, a Savoices e a Allanite, ambas identificadas durante o inquérito-crime Monte Branco.
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"A investigação em curso descobriu que estas empresas estão entre a lista de clientes de Akoya, empresa de gestão de fortunas em Genebra [fundada por Michel Canals, Nicolas Figueiredo e Álvaro Sobrinho, principal accionista da empresa e ex-presidente-executivo do BESA] e peça central no caso sobre suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A Savoices estava ligada a Ricardo Salgado, enquanto a Allanite terá como um dos beneficiários Morais Pires", confirmou o Expresso junto de fontes ligadas ao processo.
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"Ao longo de um ano e meio, o BESA enviou 13,8 milhões de dólares para a Savoices e 13,5 milhões de dólares para a Allanite." Não é conhecido o motivo pelo qual a Allanite recebeu este montante. No caso da Savoices, "o gestor pessoal de activos de Ricardo Salgado na Akoya, Nicolas Figueiredo, confessou durante os interrogatórios feitos pelo Ministério Público que o presidente do BES era o beneficiário dessa companhia sediada no Panamá e que, através dela, o banqueiro terá recebido na Suíça 14 milhões de dólares da parte do construtor português José Guilherme, a partir de contas abertas no BESA", escreve o BESA.
Na altura das transferências, já era público que Morais Pires tinha sido cliente da Akoya e qye tinha recorrido ao último Regime Excepcional de Regularização Tributária (RERT), em 2012, com uma taxa especial de impostos de 7,5% para declarar rendimentos depositados na Suíça.
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