Mutualista espera lucro ao rever imparidades no Montepio

A mutualista do Montepio espera lucros em 2018 sobretudo devido à reversão de parte da imparidade sobre a caixa económica. O conselho fiscal antecipa “reversão mais profunda” em “breve”.
Tomás Correia, Félix Morgado
Miguel Baltazar
Diogo Cavaleiro 12 de Dezembro de 2017 às 22:50

Os mutualistas do Montepio esperam poder melhorar as contas com a reversão das imparidades constituídas em 2015 para fazer face a perdas na sua Caixa Económica Montepio Geral. 

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No programa de acção e orçamento de 2018, que será deliberado na assembleia-geral ordinária agendada para 27 de Dezembro deste ano, dois dias depois do Natal, a administração de António Tomás Correia sublinha os resultados positivos que a caixa económica tem registado, nomeadamente os 20,4 milhões de euros em lucros alcançados até Setembro, falando também na "melhoria dos indicadores de rendibilidade".

"Consequentemente, melhoraram as perspectivas de recuperação da imparidade que foi constituída no balanço da associação, em 2015, para o investimento no capital da Caixa Económica Montepio Geral, num contexto de melhoria da situação económica e dos ‘spreads’ das taxas de juro referenciais do mercado", nota o documento, divulgado no site oficial da mutualista.

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Programa de acção e orçamento 2018 

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A imparidade constituída relativamente à caixa económica sob o comando de José Félix Morgado ascende a 350 milhões de euros, cerca de 9% do valor bruto da instituição financeira no balanço da mutualista. 

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O orçamento para o próximo ano antecipa a reversão de 45 milhões de euros, 13% da imparidade total. Em causa está "a actualização da taxa de desconto dos testes de imparidade efectuados" à caixa económica. Esta decisão permite antecipar um lucro de 30,5 milhões de euros na associação no próximo ano.

O conselho fiscal da mutualista, liderado por Manuel Caseirão, aplaude, considerando que, nesse ponto, o plano "foi elaborado, e bem, de forma prudente e conservadora".

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Isto porque a sua perspectiva é que há já "condições que poderão justificar a sua reversão total", devido sobretudo ao facto de o sector bancário ter ultrapassado "os principais problemas com que se vinha debatendo" e também à estrutura de capitais "mais robusta" da instituição. "Será de crer que uma reversão mais profunda do valor da imparidade possa vir a ocorrer em breve", diz.

A imparidade da associação para face à participação da caixa económica é de 350 milhões de euros desde 2015, altura em que esta precisou de um aumento de capital de 205 milhões, totalmente subscrito pela accionista. Foi, aliás, o grande factor que explicou os prejuízos de 393 milhões da mutualista naquele ano.

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