Os trabalhos que Domingues deixou para Macedo executar

António Domingues deixou preparado um plano de reestruturação e negócios para a gestão de Paulo Macedo implementar até ao final de 2020. Para já, a prioridade é limpar o balanço da Caixa. Nos próximos quatro anos, há que reduzir trabalhadores, fechar balcões e subir proveitos.

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Maria João Gago e Marta Moitinho Oliveira 01 de Fevereiro de 2017 às 00:01

Imparidades para limpar banco superam 3.000 milhões

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A limpeza do balanço da Caixa terá de ser feita no curto prazo, através do registo de mais de 3.000 milhões de euros de imparidades nas contas de 2016. Grande parte deste montante, cerca de 2.000, destina-se a aumentar o nível de provisionamento do crédito malparado, mas não só. As almofadas a criar pretendem ainda compensar perdas com imóveis, participações financeiras em empresas, posições em fundos de reestruturação. Este esforço inicial visa permitir que, nos anos seguintes de execução do plano, haja uma redução progressiva do nível de provisionamento.

Plano para a Caixa prevê a saída de 2.200 trabalhadores

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O plano que António Domingues deixou na Caixa e que a equipa de Paulo Macedo vai herdar prevê a saída de 2.200 trabalhadores até 2020. "Entre 500 e 600 por reformas naturais", revelou António Domingues no Parlamento já depois de deixar o banco. Os restantes 75% sairão por processos que passam por pré-reformas. Este processo de saídas é "suave" e "perfeitamente exequível", assegurou.

Emagrecimento do banco pode atingir 200 balcões

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A redução do número de trabalhadores será acompanhada de uma diminuição do número de balcões, que o ex-presidente adiantou que pode variar entre 150 e 200. O plano de reestruturação do banco usou como critério para avaliar os balcões a encerrar a sua rentabilidade. Mas, o ex-presidente defendeu que podem ser considerados outros critérios como os que resultam do facto de a Caixa ser um banco público. O plano prevê também a redução da presença internacional, estando projectada a venda de operações em Espanha, África do Sul e  Brasil.

Dar lucro já em 2017

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O plano deixado por António Domingues foi construído num cenário conservador. "Gerir não é gerir para os dias de Sol", defendeu o ex-presidente no Parlamento. Assim, este plano prevê que as taxas de juro se mantenham negativas até ao penúltimo ano do programa traçado (2019). Também se prevê o lucro de 200 milhões de euros já em 2017 e de 700 milhões de euros no último ano do plano (2020).

Cortar juros dos depósitos

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Para rentabilizar a Caixa, o plano de negócios prevê um aumento na margem financeira doméstica de 400 milhões de euros até 2020. Esta subida resultará, em grande medida, da redução dos custos de financiamento, sobretudo dos juros que o banco paga pelos depósitos.  

Subir comissões com venda de seguros

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Do lado das receitas o maior contributo do novo negócio para a rentabilização da operação da Caixa virá de um aumento das comissões, estimado em 150 milhões de euros ao fim de quatro anos. Este crescimento deverá resultar do crescimento da venda de seguros aos balcões da instituição.

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