Operação Marquês ainda faz buscas, ouve visados e transcreve escutas

Até Maio deverão realizar-se buscas no âmbito da Operação Marquês. Além disso, há seis inquirições marcadas para os "próximos dias" na investigação que envolve José Sócrates.
Diogo Cavaleiro 27 de Abril de 2017 às 17:45

A Operação Marquês tem de acabar três meses depois da recepção da última carta rogatória enviada à Suíça e Angola. Apesar de ter já um prazo definido, embora sem uma data concreta, o megaprocesso ainda tem diligências para cumprir.

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"Encontram-se em fase de conclusão as transcrições das intercepções telefónicas, dos interrogatórios e das inquirições e estão em curso as últimas traduções que se estima estejam prontas, no máximo, daqui a um mês e meio", assinala o comunicado da Procuradoria-Geral da República que define o novo prazo para a investigação que tem em José Sócrates o principal visado.

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Além das transcrições, o processo, que investiga eventuais práticas de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, tem ainda mais tarefas pela frente. Nos "próximos dias", deverão realizar-se "seis inquirições" a nomes envolvidos na Operação Marquês, depois de terem sido promovidas 33 inquirições no último mês e meio, ou seja, desde o último balanço do dossiê.

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Também se prevêem ainda mais buscas: "As diligências de recolha de prova prevê-se que fiquem concluídas no final da primeira semana de Maio," acrescenta o comunicado.

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A equipa que lidera a investigação, Rosário Teixeira (na foto) e o inspector tributário Paulo Silva, tem pelo menos até Julho para terminar o processo, sendo que a procuradora-geral da República já informou que o prazo final só conta três meses a partir da recepção das cartas rogatórias enviadas para Angola e Suíça.

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De qualquer modo, está em elaboração o despacho final do processo, que irá determinar a acusação ou o arquivamento da investigação que levou à detenção de um primeiro-ministro português.

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A Operação Marquês investiga eventuais práticas de crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal e tem no ex-primeiro-ministro José Sócrates o principal visado. Sócrates foi detido no dia 1 de Novembro de 2014 à chegada ao aeroporto de Lisboa, tendo cumprido pena de prisão preventiva durante um período de 10 meses e desde aí tem contestado os adiamentos promovidos pela PGR para o término do processo: ou a acusação ou o arquivamento. O inquérito tinha, na última contabilização, 28 arguidos, entre eles os ex-presidentes da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, o ex-banqueiro Ricardo Salgado e também o ex-administrador da CGD Armando Vara. 

Segundo dados divulgados até Março, tinham sido já ouvidas 170 testemunhas e promovidas 260 acções de busca. 

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