Ouro regista maior queda em 12 anos. Bolsa francesa bate recorde
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta terça-feira.
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Bolsa francesa bate novo recorde com "earnings season" a dar gás
As bolsas europeias fecharam a sessão maioritariamente em alta, à exceção da bolsa lisboeta e madrilena, numa sessão que fica marcada pelos máximos históricos da praça parisiense, o CAC-40. Os investidores estiveram a reagir aos lucros trimestrais das grandes cotadas do bloco, afastando assim as preocupações com a turbulência política e perspetivas de crédito de país.
Na semana passada, a Standard & Poor's (S&P) optou por cortar o "rating" de França, que passa de "AA-" para "A+", o patamar em que se encontra atualmente classificada a dívida soberana portuguesa. "A descida da notação já tinha sido totalmente incorporada e o mercado está a concentrar-se nos resultados, como os da LVMH", divulgados na semana passada, afirmou Christopher Dembik, da Pictet Asset Management, à Bloomberg. "É realmente a época de divulgação dos resultados que está a impulsionar o mercado, já que se prevê ser boa e começou de forma favorável", explicou ainda.
O índice CAC-40 avançou 0,64%, para 8.258,86 pontos, superando o recorde anterior alcançado antes de o presidente Emmanuel Macron chocar os mercados ao convocar eleições parlamentares antecipadas em meados de 2024. No acumulado do ano, a praça de Paris valoriza 12%, um valor próximo da subida do "benchmark" europeu.
O Stoxx 600 somou 0,21% para 573,30 pontos, impulsionado pelos setores de media, automóvel e imobiliário, que registaram ganhos acima de 1%. Já as matérias primas impediram maiores subidas, ao terem registado uma desvalorização de 1,3%.
Entre os principais resultados empresariais, a Fresnillo liderou a queda das mineradoras, ao cair mais de 15%, numa altura em que o ouro sofre a maior queda em mais de 12 anos.
Já a Novo Nordisk perdeu 1,3% depois que de o presidente do conselho de administração ter renunciado, após uma disputa sobre o rumo da empresa nas mãos de um novo CEO.
Em França, a Edenred disparou quase 20% e teve o seu melhor dia de sempre, depois de um crescimento melhor do que o esperado, que deu algum alívio aos seus investidores.
Juros da dívida soberana aliviam na Zona Euro
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro registaram recuos esta terça-feira, com maior procura de obrigações por parte dos investidores, mesmo com as praças europeias a registarem valorizações - sobretudo o francês CAC-40, que atingiu máximos históricos no fecho desta sessão.
A "yield" da dívida francesa a dez anos aliviou 2 pontos-base, para 3,341%, numa altura em que os juros das "bunds" alemãs com a mesma maturidade, e que servem de referência para a região, cederam 2,5 pontos, para os 2,550%.
Por cá, a rendibilidade da dívida portuguesa, também a dez anos, perderam 2,3 pontos-base, para 2,925%. Em Espanha a "yield" da dívida caiu 2,2 pontos, para 3,079%, a mesma queda registada nos juros da divida italiana, para 3,342%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas a dez anos, aliviaram 2,7 pontos-base, para 4,476%, com os investidores a prepararem-se para uma subida da taxa de inflação no mês de setembro. Os dados serão amanhã divulgados.
A atenção dos investidores seguirá amanhã para os discursos da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, bem como do vice-presidente da entidade monetária, Luis de Guindos.
Ouro regista maior queda em mais de 12 anos
Está a ser uma terça-feira negra para o ouro. O metal amarelo chegou a recuar 6,3% para 4.082,03 dólares por onça, a maior queda em mais de 12 anos, desde abril de 2013, depois de várias semanas em "rally" que levou o metal a sucessivos máximos históricos. Ontem, o ouro tocou num novo recorde, com a onça a chegar aos 4.381,52 dólares.
Uma confluência de fatores está a pressionar o metal precioso, como a tomada de mais-valias e as negociações comerciais entre a China e os EUA, depois de o Presidente Donald Trump dizer que a assinatura do acordo estará cada vez mais próxima, possivelmente já na próxima semana, quando os dois líderes se reunirem.
Também a subida do dólar pressiona o ouro, bem como a incerteza sobre o posicionamento dos investidores devido à paralisação do Governo norte-americano e ao fim da época de compras na Índia.
O índice de força relativa do ouro indica que os preços já ultrapassaram o território de sobrecompra. "Nas últimas sessões, os 'traders' têm estado cada vez mais atentos, uma vez que surgiram preocupações com uma correção e consolidação" dos preços do metal, afirmou Ole Hansen, estratega de commodities do Saxo Bank, à Bloomberg. "É durante as correções que a verdadeira força do mercado é revelada, e desta vez não deve ser diferente, com uma oferta subjacente a manter qualquer recuo limitado", acrescentou.
Com a paralisação do Governo dos EUA em curso, os "traders" de commodities ficaram sem uma das suas ferramentas: o relatório semanal da Commodity Futures Trading Commission, que indica como é que os "hedge funds" e outros gestores estão posicionados nos futuros de ouro e prata dos EUA.
Ainda assim, no ano, o ouro valoriza 57,60%.
Noutros metais, a prata mergulha 8,7% para 47,89 dólares por onça, a maior queda desde fevereiro de 2021.
Petróleo de volta ao vermelho após ligeira recuperação
O barril de petróleo está a desvalorizar no mercado internacional, embora sem as grandes movimentações registadas nas sessões anteriores, numa altura em que os investidores continuam a reagir às previsões de um excedente de crude no mercado e aos mais recentes desenvolvimentos das tensões comerciais entre EUA e China - as duas economias que mais consomem a matéria-prima no mundo.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – recua 0,33% para os 57,33 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,21% para os 60,86 dólares por barril. Os dois "benchmarks" ainda chegaram a negociar em alta esta manhã, impulsionados pelos sinais de aproximação entre Pequim e Washington, mas depressa voltaram a recuar e a negociar em mínimos de maio.
Na segunda-feira, o Presidente dos EUA revelou que vai visitar a China no arranque do próximo ano e antecipa que os dois países consigam alcançar um acordo comercial "robusto", quando Donald Trump e Xi Jinping se encontrarem na Coreia do Sul nas próximas semanas. Numa tentativa de contrariar a dependência norte-americana das terras raras chinesas, o líder da maior economia do mundo assinou ainda um novo acordo com a Austrália.
O petróleo encaminha-se para o terceiro mês consecutivo de perdas, pressionado em grande parte pelas previsões da Agência Internacional de Energia (AIE), que antecipa que a oferta vai superar a procura em quatro milhões de barris no próximo ano. O número pode ainda vir a ser exarcebado por novos aumentos da produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) e pelos impactos da política comercial dos EUA e da China na ativida económica global.
"Temos um crescimento da oferta três vezes mais rápido do que o crescimento da procura", explica Bob McNally, fundador e presidente da Rapidan Energy Group, numa entrevista à Bloomberg Television. "A curto prazo, teremos um excesso de oferta", antecipa.
Iene afunda com nova primeira-ministra. Dólar recupera
O dólar norte-americano está a registar ganhos pela terceira sessão consecutiva, enquanto o iene lidera as perdas entre as principais divisas, em reação do mercado à nomeação de Sanae Takaichi como primeira-ministra do Japão - a primeira mulher a ocupar o cargo. Os investidores acreditam que o seu Governo poderia afetar a perspetiva das taxas de juro, preferindo um corte dos juros.
Esta terça-feira, Takaichi terá finalizado os planos para nomear Satsuki Katayama, ex-ministra da Revitalização Regional, como ministra das Finanças. Em entrevista à Reuters, em março, Katayama deu sinais de preferir um iene mais forte e a sua nomeação pode levar os mercados a repensar a ideia de desvalorizar o iene.
O índice do dólar DXY avança 0,28% para 98,861 pontos e paira perto de máximos de seis dias, à boleia do otimismo de Donald Trump em relação à assinatura de um acordo comercial com a China. Já o assessor da Casa Branca Kevin Hassett afirmou que a paralisação de 20 dias do Governo federal dos EUA vai, provavelmente, chegar ao fim esta semana.
O euro recua 0,28% para 1,1605 dólares. Já a "nota verde" sobe 0,64% para 151,71 ienes e o euro soma 0,35% para 176,11 ienes. A divisa nipónica chegou a recuar 0,8% face ao dólar, o menor nível em relação à moeda americana desde 14 de outubro e a maior queda intradiária em duas semanas.
Quanto ao euro, o economista-chefe do Banco Central Europeu, Philip Lane, disse hoje que os bancos da Zona Euro podem ficar sob pressão se o financiamento em dólares americanos acabar, devido às preocupações com as políticas de Trump.
A libra está inalterada face ao euro mas perde em relação ao dólar, apesar de os empréstimos no Reino Unido no primeiro semestre do ano terem sido os mais altos desde a pandemia. Os investidores dizem que um orçamento, que se prevê difícil no próximo mês, já está incorporado. A libra perde 0,22% para 1,3374 dólares, enquanto o euro recua 0,09% para 0,8677 libras.
Wall Street arranca sem alterações. General Motors dispara 11%
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão desta terça-feira sem grandes movimentações face ao fecho de ontem, numa altura em que o mercado parece chegar a um ponto de fadiga, com os investidores focados nos resultados trimestrais de algumas gigantes do setor tecnológico. No entanto, os analistas mantêm-se alerta em relação a estes lucros, já que, por si só, podem não ser suficientes para manter o "rally" de Wall Street, visto que as avaliações já estão sobrevalorizadas e os índices pairam perto dos recordes.
"[Os resultados] poderiam dececionar os investidores, se as empresas não superassem as estimativas por muito, mesmo que essas estimativas já sejam enormes", disse Daniela Hathorn, analista da Capital.com, à Reuters.
Os três principais índices nacionais estão a negociar sem rumo definido: o S&P 500 perde 0,01% para 6.734,26 pontos, o Nasdaq Composite desce 0,12% para 22.962,28 pontos e o Dow Jones sobe 0,04% para 46.726,61 pontos.
Os investidores estão ainda o à espera dos próximos dados da inflação nos EUA de setembro, divulgados na próxima sexta-feira, apesar do "shutdown" em curso, segundo uma fonte da Casa Branca disse à CNN. O relatório deverá dar mais pistas sobre os próximos passos da Reserva Federal quanto a taxas de juro. O banco central reúne-se a 30 de outubro.
"Embora os lucros continuem em destaque, especialmente quaisquer atualizações sobre as tendências de procura, exposição internacional pós-tarifas e o seu impacto na rentabilidade e no investimento, penso que os principais eventos desta semana serão os dados sobre a inflação no Reino Unido e nos EUA", disse Susana Cruz, estratega da Panmure Liberum, à Bloomberg. "Ambos continuam elevados e espera-se que subam ainda mais", acrescentou.
Entre os principais movimentos de mercado, a General Motors dispara mais de 11%, depois de ter elevado as suas previsões para o ano inteiro e ter divulgado os resultados do terceiro trimestre, que superaram as estimativas de Wall Street, graças às vendas acima do esperado e ao recente alívio das tarifas impostas pela administração Trump sobre peças automóveis.
Já a Coca-Cola Co. sobe mais de 3%, depois de um crescimento nas vendas do terceiro trimestre que superou as expectativas dos especialistas, um sinal de que os consumidores estão a comprar as bebidas da empresa, apesar dos preços mais altos.
A Philip Morris mergulha 6,4%, mesmo depois de ter dito que os produtos sem fumo da empresa estão a ter grande procura, sobretudo o Zyn.
A nível de resultados trimestrais, o grande foco vai hoje para os lucros da Netflix (-0,16%), divulgados após o fecho do mercado de hoje. Amanhã é a vez da Tesla (-0,75%).
Ouro sofre maior queda dos últimos quatro anos após sucessivos recordes
O ouro registou esta terça-feira a sua maior queda intradiária dos últimos quatro anos, com os preços do metal amarelo a recuarem cerca de 3,80%, poucas horas depois de terem atingido um novo máximo histórico nos 4.381,52 dólares por onça.
A esta hora, o metal perde 3,76%, para os 4.192,550 dólares por onça.
O metal amarelo, que já fixou mais de meia centena de recordes só este ano, tem vindo a beneficiar de uma combinação de incerteza geopolítica e económica, compras sustentadas por parte de bancos centrais, assim como por cortes esperados nas taxas de juro dos EUA – fatores que já deram ao ouro uma valorização de cerca de 63% desde janeiro.
A forte queda chega numa altura em que as tensões comerciais entre Pequim e Washington têm vindo a esfriar, depois de uma rápida escalada e troca de ameaças entre as duas potências terem impulsionado a procura pelo metal enquanto ativo-refúgio.
“Os preços do ouro ainda não subiram muito, mas a velocidade [da subida] está a ser um pouco agressiva e, como resultado disso, teremos recuos cada vez que atingirmos esses novos máximos”, disse à Reuters Nitesh Shah, da WisdomTree.
Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,038%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,110%) e a 12 meses (2,157%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,110%, mais 0,010 pontos do que na segunda-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,157%, mais 0,018 pontos do que na sessão anterior.
Com a mesma tendência, a Euribor a três meses avançou para 2,038%, mais 0,023 pontos do que na segunda-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa sem rumo definido com investidores focados na época de resultados
Os principais índices europeus negoceiam sem rumo definido nesta terça-feira, depois de se terem aproximado de máximos históricos na sessão de ontem, com alguns investidores a aproveitarem para retirar mais-valias, à medida que a atenção passa para os resultados de cotadas, tanto por cá, como pelos EUA, num dia em que a Netflix apresenta contas do lado de lá do Atlântico.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – cede 0,03%, para os 571,93 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX cai 0,12%, o espanhol IBEX 35 recua 0,05%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,64%, o francês CAC-40 sobe 0,07%, o britânico FTSE 100 ganha 0,19% e o neerlandês AEX desliza 0,12%.
Os resultados das cotadas do Velho Continente iniciaram-se com a apresentação de contas de algumas das maiores empresas da região, incluindo a LVMH e a Kering, que divulgaram resultados sólidos. Além disso, também o abrandamento das tensões comerciais entre os EUA e a China continuam a contribuir para melhorar o sentimento dos investidores.
“Os mercados foram impulsionados por novos sinais de um abrandamento nas tensões comerciais entre os EUA e a China. Agora, devem seguir-se algumas ações concretas para que os mercados estimulem uma recuperação”, disse à Bloomberg Ulrich Urbahn, da Berenberg. Entretanto, analistas do Morgan Stanley citados pela agência de notícias financeiras prevêem um início misto para a época de divulgação de resultados na Europa e esperam previsões de crescimento dos lucros mais baixas para o próximo ano.
Entre os setores, o dos recursos naturais (-0,53%) apresenta as maiores perdas, influenciado pela queda dos preços do ouro e da prata, enquanto o imobiliário (+0,68%) e as "utilities” (+0,58%) lideram os ganhos.
Entre os movimentos do mercado, a Eurofins Scientific perde mais de 6%, após os resultados apresentados referentes ao terceiro trimestre mostrarem uma fraqueza da divisão biofarmacêutica da empresa francesa. Já a Edenred sobe mais de 13% - tendo chegado a registar a maior subida intradiária de sempre acima dos 15% -, depois de a plataforma digital de serviços e pagamentos ter apresentado um melhor crescimento de receita no terceiro trimestre, em relação ao ao passado.
Juros das dívidas soberanas europeias recuam em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro negoceiam com alívios em toda a linha, num dia em que os índices bolsistas do Velho Continente oscilam entre ganhos e perdas.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviam 0,4 pontos-base, para 2,944%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade cai 0,5 pontos, para 3,096%.
Já os juros da dívida soberana italiana recuam igualmente 0,5 pontos, para 3,359%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa segue a mesma tendência e cede 0,3 pontos-base, para 3,358%, numa altura em que os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, caem 0,8 pontos, para os 2,568%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, aliviam 1,2 pontos-base, para 4,492%.
Iene desvaloriza com eleição de Sanae Takaichi como nova líder do Governo japonês
O dólar negoceia com ganhos esta manhã, apoiado num iene mais fraco, depois de Sanae Takaichi ter sido confirmada como a próxima primeira-ministra do Japão.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar ganha 0,20%, para 98,781 pontos.
Takaichi, líder do Partido Liberal Democrático - que se encontra no poder no Japão - foi confirmada pela Câmara dos Deputados do país como a próximo primeira-ministra, abrindo caminho para a sua tomada de posse no final do dia.
Sanae Takaichi já se manifestou a favor do aumento da despesa pública para reanimar a economia japonesa e defende uma política monetária mais flexível, fatores que complicam o caminho do Banco do Japão para aumentos das taxas de juro.
A esta hora, o dólar sobe 0,26%, para os 151,140 ienes.
Por cá, a moeda única cede 0,09%, para 1,163 dólares. Ainda pela Europa, a libra desvaloriza 0,12% para os 1,339 dólares.
Ouro perde terreno com dólar mais forte e retirada de mais-valias
O ouro está a registar desvalorizações esta manhã, pressionado pela retirada de mais-valias e um dólar mais forte, depois de ter atingido um novo máximo histórico esta madrugada, com o recorde a fixar-se agora acima dos 4.380 dólares por onça, mais exatamente nos 4.381,21 dólares.
O ouro desvaloriza a esta hora 0,62%, para os 4.328,540 dólares por onça.
“Os movimentos de realização de lucros e a diminuição dos fluxos de procura enquanto ativo-refúgio combinaram-se para atenuar o preço do ouro hoje... quaisquer recuos no ouro serão vistos como oportunidades de compra, enquanto a Reserva Federal norte-americana mantiver a sua trajetória atual de redução das taxas”, disse à Reuters Tim Waterer, da KCM Trade.
No plano de política monetária, os mercados estão a prever uma redução de 25 pontos-base nas taxas diretoras da Fed este mês e outra em dezembro, de acordo com o CME FedWatch. O metal amarelo, que não rende juros, tende a ter um bom desempenho num ambiente de taxas de juros mais baixas.
“A atual alta do ouro tem espaço para continuar, desde que os dados do índice de preços no consumidor (IPC) dos EUA no final desta semana não produzam nenhuma surpresa desagradável”, acrescentou Waterer.
Nesta linha, a divulgação do IPC prevista para esta sexta-feira após um atraso devido à paralisação do Governo Federal – que ainda se mantém pelo 20.º dia consecutivo -, deve mostrar que o índice subiu 3,1% em relação ao ano anterior em setembro, de acordo com economistas citados pela Reuters.
Preocupações com excesso de oferta pressionam preços do crude
Os preços do petróleo negoceiam mistos nesta terça-feira, com preocupações sobre o excesso de oferta, assim como com os riscos para a procura decorrentes da guerra comercial entre Pequim e Washington, a pressionar o sentimento dos “traders” a esta hora.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança ligeiros 0,09% para os 57,57 dólares por barril, ainda que esteja a reduzir alguns dos ganhos registados anteriormente. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,44% para os 60,77 dólares por barril.
O crude caiu para o seu valor mais baixo desde o início de maio na sessão de segunda-feira e tanto o WTI como o Brent passaram para uma estrutura de mercado contango, o que significa que os preços para o fornecimento imediato são mais baixos do que para entrega posterior (futuros), o que normalmente indica que a oferta a curto prazo é abundante e a procura está a enfraquecer.
Nesta linha, os aumentos de produção da OPEP+ levaram os analistas a prever um excedente de petróleo bruto neste ano e no próximo, depois de a Agência Internacional de Energia ter projetado na semana passada um excedente global de quase 4 milhões de barris por dia em 2026. “O enfraquecimento contínuo da estrutura de ‘spread’ mensal do Brent indica que a pressão do excesso de oferta no mercado de petróleo bruto está gradualmente a materializar-se", afirmaram analistas da Haitong Securities numa citada pela Reuters, o que irá diminuir as expectativas do mercado e refrear a vontade dos investidores de perseguir ganhos, limitando o potencial de recuperação dos preços do petróleo”, acrescentaram os especialistas.
Ásia fecha novamente em máximos. Japão regista ganhos contidos com Takaichi a assumir cargo de PM
Os principais índices asiáticos fecharam, à semelhança de ontem, em novos máximos, com as bolsas japonesas a conseguirem registar ganhos contidos, com a eleição de Sanae Takaichi para primeira-ministra do Japão a fazer recuar ligeiramente os índices. Já pela China, os investidores continuam a beneficiar de um atenuar das tensões comerciais entre Pequim e Washington, numa altura em que os futuros europeus negoceiam com poucas alterações.
Todos os principais índices da região terminaram a sessão em máximos de fecho. Pelo Japão, o Nikkei subiu 0,24% e o Topix ganhou ligeiros 0,0015%. Já o sul-coreano Kospi avançou 0,30%. Na China, o Hang Seng de Hong Kong valorizou 1,26% e o Shanghai Composite ganhou 1,35%.
As ações japonesas oscilaram na sessão desta terça-feira e o iene caiu quando Sanae Takaichi venceu uma votação parlamentar crucial para se tornar primeira-ministra. E “dados os ganhos mensais significativos nos índices de ações japoneses, alguns investidores provavelmente estavam à espera de uma oportunidade para realizar lucros”, fator que influenciou também a subida contida entre os índices, disse à Bloomberg Takehiko Masuzawa, da Phillip Securities Japan. “O foco do mercado agora mudará das expectativas para o desempenho real” do governo de Takaichi, acrescentou a especialista, lembrando que a agora primeira-ministra é adepta de maiores gastos fiscais, sendo que Takaichi já divulgou planos para injetar mais gastos governamentais em indústrias estratégicas, como defesa, tecnologia, cibersegurança e energia nuclear.
Nesta linha, desde que o primeiro-ministro cessante, Shigeru Ishiba, se demitiu, o Nikkei subiu quase 15%, superando os ganhos de 3,9% do S&P 500 - “benchmark” norte-americano.
As ações globais subiram para novos máximos desde o “sell-off” de abril, com os investidores a apostar que os milhares de milhões gastos pelas empresas em inteligência artificial irão render lucros às cotadas ligadas a esta área, à medida que se aproxima o início de divulgação de contas das “big tech” norte-americanas.
E espera-se que os investidores se mantenham dispostos a assumir riscos até ao final de outubro, quando ocorrerá o Quarto Plenário do Partido Comunista chinês e, possivelmente, a reunião entre Trump e Xi Jinping, numa altura em que o mercado está focado no progresso das negociações comerciais entre os EUA e a China. Embora o presidente Donald Trump tenha reiterado a sua ameaça de aumentar as tarifas sobre os produtos chineses “se não houver um acordo” até 1 de novembro, o republicano disse que planeia reunir-se com o presidente Xi Jinping na próxima semana.
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