Regulador espanhol dá "luz verde" à OPA do BBVA sobre o Sabadell
O processo de aquisição do BBVA sobre o Banco Sabadell entrou na reta final. Esta sexta-feira, a Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), o regulador espanhol, deu "luz verde" à oferta pública de aquisição (OPA), abrindo caminho para os donos do banco liderado por César González-Bueno Mayer aceitarem – ou não – a oferta da instituição financeira rival. Apesar de as ações do Sabadell estarem a cotar 8% acima do valor estipulado na OPA, o banco presidido por Carlos Torres mantém a contrapartida de uma nova ação do BBVA emitida por cada 5,5483 ações do Sabadell e 0,70 euros em dinheiro.
A aprovação acontece depois de o banco basco ter aceitado avançar com a oferta, mesmo se conseguir apenas o "sim" de 30% dos acionistas do Sabadell - em vez dos 50% inicialmente estipulados pela instituição financeira. O BBVA tem agora 30 dias para decidir se continua ou não com o processo de aquisição, que já obteve também a aprovação do regulador norte-americano - onde o banco também se encontra cotado. Esta investida acontece numa altura em que as autoridades europeias têm pedido uma maior concentração no setor e o mercado mexe-se nesse sentido, com o italiano Banca Monte dei Paschi di Siena a avançar contra o Mediobanca e o UniCredit a ponderar fazer o mesmo com o Commerzbank.
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Caso o BBVA só consiga assegurar uma participação de 30% no Sabadell, o banco pode vir a ser obrigado a lançar uma nova OPA, totalmente em dinheiro, para aumentar a posição para 50%, de acordo com o elEconomista. Segundo o mesmo jornal, o banco presidido por Carlos Torres ainda tem espaço para aumentar a contrapartida sobre o rival, uma vez que os regulamentos permitem rever em alta a oferta até cinco dias antes da data de encerramento.
Este processo de aquisição tem estado envolto em polémicas desde que o BBVA demonstrou interesse pelo Sabadell, com o Governo espanhol à mistura. Em meados de julho, o banco basco avançou com uma ação no Supremo Tribunal de Justiça de Espanha contra as condições impostas pelo Executivo de Pedro Sánchez para que a operação se concretize. O ministro da Economia do país vizinho quer garantir que a OPA não leva ao desaparecimento do Sabadell nos próximos três anos – podendo esta medida ser prorrogada por mais dois anos.
"Isto não constitui um obstáculo ao avanço do processo de integração a nível europeu e da União Bancária. Estamos a proteger os interesses gerais numa transação doméstica", explicou, na altura, Carlos Cuerpo, que acredita que esta é uma "condição proporcional e equilibrada que não impede o avanço do processo". Apesar de o BBVA não ter o mesmo entendimento, o banco garantiu que esta ação legal não terá qualquer influência na execução da OPA, cujo cronograma deve ser revelado até ao final do mês ou início de outubro.
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