Santos Pereira na posse salienta a importância da independência do BdP
O novo governador do Banco de Portugal sublinha "a importância de termos bancos centrais independentes para termos estabilidade dos preços e estabilidade financeira". Lembrando o contexto económico e financeiro dos últimos anos: "Não foi há muito tempo que vivemos uma das maiores crises económicas de sempre", recordou.
Entre os problemas que o país enfrentou esteve a "excessiva alavancagem do sistema bancário", afirmou o novo Governador que nesta segunda-feira sucede a Mário Centeno no cargo.
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"Estamos inegavelmente muito melhor do que estávamos há uma década", constatou, mas para que o desenvolvimento económico continue, o país precisa, no seu entender, de reformas estruturais. Os governos que não o fazem, disse, condenam os seus países a "crescimentos medíocres".
Governador do Banco de Portugal
O desendividamento da economia é outro aspeto fundamental: "É vital continuar esse esforço. A dívida pública está em 94% do PIB e a do setor não financeiro é de 290% do PIB. "Esta imperiosa redução é ainda mais premente se nos lembrarmos que as economias do mundo foram sujeitas a grandes choques como a pandemia, uma crise energética e mais recentemente a introdução de tarifas. Há ainda novos desafios ligadas à digitalização, ameaças cibernéticas e alterações climáticas", elencou.
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No capítulo da governança, Santos Pereira promete uma proposta para revisão da Lei Orgânica do banco, e garante que vai "introduzir concursos para todos os diretores e diretores adjuntos para aumentar a transparência e meritocracia" - uma decisão que surge no contexto da manutenção de Mário Centeno no supervisor com um cargo de diretor.
Governador do Banco de Portugal
Olhando para os desafios de futuro, o novo responsável do supervisor elencou a definição, "a muito curto prazo, de um novo quadro de execução da política monetária e como serão realizadas as novas operações de cedência de liquidez de longo prazo e como iremos implementar um novo programa estrutural de compra de ativos".
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"O Banco de Portugal continuará a ter uma política macroprudencial aos riscos emergentes para a estabilidade financeira", assegurou, olhando "de muito perto a evolução do mercado imobiliário e do seu impacto na vida das famílias e na estabilidade financeira".
Falando na tomada de posse que decorreu no Museu do Dinheiro - uma novidade face a prática habitual de a cerimónia ser marcada para o Ministério das Finanças - Álvaro Santos Pereira afirmou que essa é uma prática que espera se venha a consolidar.
Governador do Banco de Portugal
Na análise ao setor bancário, o Governador promete "uma supervisão atenta e exigente para continuar a reforçar a resiliência do setor bancário. O Banco de Portugal está preparado para dar resposta pronta a qualquer choque que possa ocorrer.
"Desde a primeira vez desde 1975 que esta cerimónia decorre aqui", insistiu, "numa altura em que a independência dos bancos centrais tem vindo a ser questionada".
O novo responsável máximo do supervisor bancário abordou também o tema dos pagamentos, reconhecendo a importância crescente dos meios digitais mas sublinhando a importância do numerário e da distribuição de notas e moedas em todo o território.
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Santos Pereira deixou uma novidade: vai organizar uma grande conferência anual com outros bancos centrais para debater o tópico da inteligência artificial.
Em atualização
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