Violas questiona razões de adiamento da assembleia geral do BPI
A assembleia-geral do BPI sobre a venda do controlo do BFA à Unitel de Isabel dos Santos foi adiada para 13 de Dezembro. O pedido foi feito pelo próprio CaixaBank à espera da posição do Banco Central Europeu (BCE) sobre a operação.
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Tiago Violas Ferreira, accionista do BPI através da Violas Ferreira Finance, que detém 2,681% do capital do banco português, questiona a veracidade do argumento apresentado para se adiar a venda de 2% do BFA à Unitel.
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E explica, numa artigo de opinião no Negócios, porque duvida: "quando interrogado sobre as dúvidas do CaixaBank e o que aconteceria em caso de resposta negativa do BCE, o presidente da comissão executiva apressou-se a dizer que em todos os contactos mantidos entre o BPI e o BCE, lhes foi garantido que este formato responde a todas as suas exigências, embora não haja ainda uma confirmação escrita formal, o que se aguarda."
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E diz ter voltado a ler a carta que o BPI enviou à Unitel a 20 de Setembro, tendo constatado que, nessa missiva, a venda dos 2% do BFA ficaram dependentes do pagamento ao BPI, "até ao dia 9 de Dezembro", 66 milhões de dividendos de 2014 e 2015, mais 30 milhões de dólares da última tranche da venda inicial de 2008.
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"Pode ser, e é até bastante provável, que a verdadeira razão do adiamento desta AG para o próximo dia 13 de Dezembro de 2016 seja aguardar pela confirmação do pagamento destes montantes ao BPI", acrescenta Violas no artigo.
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O responsável pede ainda a intervenção das autoridades, considerando que toda a situação é opaca e que são necessários esclarecimentos.
Este pedido surge depois de deixar algumas questões. "O que acontecerá se o Banco Nacional de Angola não der a permissão necessária e obrigatória para a saída destes cerca de 100 milhões de euros de Angola e estes não entrarem nos cofres do BPI até ao dia 9 de Dezembro de 2016?"
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"Poderá o CaixaBank chumbar então este negócio em assembleia-geral?" Isto numa altura em que o BPI está pressionado pelo BCE a concluir esta operação, ao mesmo tempo que o CaixaBank já tem o poder de voto necessário para aprovar e chumbar medidas, depois de ter sido aprovado, sem oposição da Unitel, a desblindagem dos estatutos do banco.
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"Será que a inexplicável linha de crédito que o CaixaBank concedeu à República de Angola de 400 milhões de euros em Agosto poderá finalmente ter aqui a sua explicação?"
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