Dono do Novo Banco abre escritório do Natixis em Lisboa
BPCE dá primeiro passo na presença física na capital portuguesa através da extensão do Natixis, que já emprega 2.500 pessoas no Porto.
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Os franceses do BPCE vão abrir um escritório em Lisboa através do Natixis. A notícia foi avançada pela agência Bloomberg, e confirmada pelo Negócios.
“Em linha com o nosso compromisso em desenvolver a presença do grupo BPCE em Portugal, decidimos ter um novo centro em Lisboa”, justificou fonte oficial à Bloomberg. O Negócios apurou que se trata de uma expansão via Natixis, o banco de investimento do BPCE que já tem presença em Portugal.
O grupo BPCE tem no Porto o centro de desenvolvimento do Natixis, onde emprega mais de 2.500 pessoas.
O Negócios contactou o BPCE para obter mais esclarecimentos e aguarda resposta.
Negócio de 6,4 mil milhões
Em junho o BPCE anunciou a compra do Novo Banco à Lone Star por 6,4 mil milhões de euros.
O CEO do grupo francês garantiu no momento do anúncio que o BPCE é um investidor de longo prazo e não haverá despedimentos.
Numa conferência de imprensa eletrónica logo após a comunicação da operação, Nicolas Namias sublinhou a solidez e rentabilidade do sistema bancário português e garantiu que o Novo Banco passará a ser uma peça fundamental do grupo gaulês: "representa uma diversificação dupla", afirmou, referindo-se a uma diversificação geográfica ("O BPCE passa a ter dois mercados domésticos") e de balanço ("Em França a maioria dos créditos a famílias são a taxa fixa, enquanto em Portugal são a taxa variável").
"Estamos a abrir um segundo mercado doméstico e a assumir um compromisso com a economia portuguesa", disse o presidente executivo do BPCE, um gigante financeiro gaulês com presença em 50 países.
Nicolas Namias realçou que o grupo que lidera já emprega 3 mil pessoas em Portugal, valor que dispara para mais de 7 mil com esta aquisição, garantindo que não há planos para cortes de pessoal." Esta transação não é para fazer sinergias", disse o responsável.
O fecho da operação deverá ainda ser demorado. Quando for concluída, a venda coloca nas mãos do BPCE o banco que era até agora detido pelo fundo norte-americano Lone Star (com 75% do capital), Estado e Fundo de Resolução (em conjunto, tinham 25%).
"Banco para as PME"
O responsável garantiu que com a aquisição do Novo Banco, assume um compromisso com Portugal: "O BPCE será um parceiro credível da economia portuguesa", disse, assegurando que as empresas portuguesas nada têm a temer: "Este é um banco para as PME", lógica coincidente com a do grupo que lidera.
"A história do Novo Banco mostra que este é um banco para as PME. E portanto existe uma ligação com o BPCE, que em França é de longe o maior banco de PME", disse o CEO do grupo gaulês.
Namias elogiou o mercado bancário português "sólido e rentável" e sublinhou que esta é "a maior aquisição de um banco na zona euro nos últimos 10 anos".
O gestor acrescentou que o BPCE vai manter a comissão executiva do Novo Banco liderada por Mark Bourke.
(Notícia em atualização)
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