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BPCE vê lucro do Novo Banco subir 17% para 435 milhões

Queda da margem financeira foi amparada pelo aumento das comissões. CEO garante que a compra pelo BPCE permite expandir a presença da instituição financeira e reforçar a sua capacidade de atuação.

Foram os primeiros resultados do Novo Banco desde o anúncio da venda ao BPCE.
Foram os primeiros resultados do Novo Banco desde o anúncio da venda ao BPCE. Bruno Colaço
31 de Julho de 2025 às 07:21

O Novo Banco registou um resultado líquido de 434,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano. É uma melhoria de 17,4% face ao valor registado no mesmo período de 2024.

Na primeira comunicação de resultados desde que foi anunciado o acordo para a venda ao BPCE por 6,4 mil milhões de euros, a instituição financeira avança que a margem financeira caiu 6,1% para 558,8 milhões de euros face aos 594,9 que tinha alcançado em junho de 2024.

Na comunicação dos resultados, o CEO da instituição portuguesa, Mark Bourke, refere o novo acionista dizendo que "este semestre incluiu um marco importante: o Memorando de Entendimento para a compra do Novo Banco pelo BPCE, o segundo maior Banco de França e quarto maior Banco europeu. Este acordo permitirá ao Novo Banco expandir a sua presença e capacidade de atuação, proporcionando os recursos necessários para continuar a apoiar as empresas e famílias portuguesas”.

A descida da margem "refletiu , por um lado, o aumento de 4,3% do valor médio dos empréstimos a clientes, e por outro, uma estratégia de cobertura proativa que permitiu compensar a descida da média da Euribor a seis meses", explica a instituição liderada por Mark Bourke.

A evolução negativa da margem foi atenuada pelas comissões, que renderam mais 11,1%, num crescimento de 161,2 para 179 milhões de euros.

O acordo com o BPCE permitirá ao Novo Banco expandir a sua presença e capacidade de atuação. Mark Bourke
CEO do Novo Banco

O produto bancário comercial desceu assim 2,4%, menos do que a margem. No entanto, o resultado do semestre é salvo pela "recuperação de crédito, resultados de imóveis e processos de impostos (nomeadamente da Contribuição Adicional de Solidariedade)", que fizeram a rubrica de "outros resultados de exploração" crescer de 1,5 para 57,5 milhões de euros. A instituição financeira não detalha cada uma destas alíneas mas dá conta que com elas, o produto bancário total cresceu 6% para 798,3 milhões de euros.

Nos impostos do período, o Novo Banco pagou mais do que no homólogo: se em junho de 2024 reportava um custo de 17,7 milhões aos quais acresceram 32,2 milhões das contribuições do setor bancário, num total de quase 50 milhões de euros, agora o valor disparou para 88,7 milhões (impostos: 61,8 milhões; contribuições: 26,9 milhões).

A carteira de crédito disparou 1,4 mil milhões de euros, atingindo 27,9 mil milhões de euros (mais 5%). 

Os empréstimos a empresas cresceram 3,5% para 13,9 mil milhões, enquanto o crédito a particulares atingiu 12,6 mil milhões depois de aumentar 4,5%. O crédito à habitação representa agora um volume de 10,5 mil milhões de euros (mais 3,5% do que em junho de 2024). O Novo Banco não reporta o uso que fez da garantia pública de apoio aos jovens no crédito à habitação. A carteira de empréstimos ao consumo ("outro crédito") cresceu 9,7% para 2,1 mil milhões de euros. 

O rácio de malparado desceu de 4,1% para 3,2%.

O volume de depósitos também aumentou (4,1%) para quase 31 mil milhões de euros.

O rácio de capital CET 1 ("Common Equity Tier 1") caiu de 20,8% no início do ano para 16,8% em junho. A descida reflete a redução de capital de 1,1 mil milhões de euros para permitir a distribuição de dividendos.

Em junho, o Novo Banco e o BPCE anunciaram um acordo para a venda de 100% do capital da instituição financeira portuguesa ao grupo francês. A operação vale 6,4 mil milhões de euros.

O novo acionista decidiu manter a atual equipa de gestão do Novo Banco liderada por Mark Bourke e promete que não vai haver despedimentos na sequência da compra. 

"Estamos a abrir um segundo mercado doméstico e a assumir um compromisso com a economia portuguesa", disse Nicolas Namias, o presidente executivo do BPCE, logo após o anúncio. O BPCE é um gigante financeiro gaulês. Tem presença em 50 países - incluindo Portugal, onde já marcava presença com outros negócios, incluindo o Natixis, banco de investimento que tem no Porto um centro de competências que emprega mais de 2 mil pessoas.

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