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Fino: Investifino “não existe” e não tem como pagar o que deve à CGD

A Investifino deve mais de 200 milhões de euros à CGD. Mas não tem como liquidar esta dívida, garante José Manuel Fino, filho do empresário Manuel Fino. Da holding, diz, nada sobrou.

José Manuel Fino Francisco Manuel Fino
José Manuel Fino Francisco Manuel Fino Lusa
14 de Maio de 2019 às 12:52

José Manuel Fino, filho de Manuel Fino, afirma que a Investifino deixou de existir. E que não tem como pagar o que ainda deve à Caixa Geral de Depósitos (CGD), um valor que supera os 200 milhões de euros.

Questionado sobre o que é hoje a Investifino, José Manuel Fino (à direita na foto) responde: "não existe". A declaração foi feita na audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, esta terça-feira, 14 de maio. 

É esta ausência de património que impossibilita a empresa de pagar o que ainda deve ao banco estatal. De acordo com o filho do empresário, citando os últimos dados a que teve acesso, o total das dívidas ao banco estatal é de cerca de 259 milhões de euros. Em 2008, este montante superava os 500 milhões de euros, tal como o Negócios escreveu.

"Todo o património que existia foi dado como garantia". Ou seja, as ações da Cimpor e do BCP que serviam como colateral dos empréstimos contraídos por Manuel Fino junto da CGD.

A CGD concedeu crédito à Investifino em 2005 para a compra de ações da Cimpor e, em 2007, para financiar a aquisição de títulos do BCP.

Porém, com a desvalorização das ações e com as dificuldades financeiras da própria Investifino, Fino acabou por vender ao banco público a posição de 9,584% na cimenteira. Isto permitiu saldar parte da dívida contraída. O acordo de reestruturação dava ainda o direito ao empresário de, no prazo de três anos, recomprar a participação, algo que não aconteceu. A CGD acabou por, em 2012, vender na OPA que a brasileira InterCement lançou sobre a Cimpor as ações que detinha.

Os títulos foram vendidos a 5,5 euros e não aos 6,5 euros que a CGD determinava como o valor mínimos das ações. "Fomos surpreendidos pela CGD com o valor de 5,5 euros", afirmou José Manuel Fino, acrescentando que a "venda do lote de ações da Cimpor a 6,5 euros permitiria à Investifino reembolsar todos os investimentos na CGD". Algo que não aconteceu porque o banco público não aceitou prolongar a opção de recompra, tal como foi pedido pela empresa. 

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