Paulo Macedo: “Se as taxas de juro subirem até 200 pontos base, a situação será comportável”
Presidente da Caixa antevê que mesmo com dificuldades, famílias e empresas serão capazes de suportar um aumento das taxas de juro que vá até 200 pontos base, desde que o desemprego se mantenha baixo.
Paulo Macedo afirma que um aumento das taxas de juro que não vá além dos 200 pontos base pode, mesmo que "com muita dificuldade", ser "comportável" pelo país, desde que o nível de desemprego se mantenha baixo.
No encontro "Fora da Caixa", organizado nesta terça-feira pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) em conjunto com o Jornal de Negócios o presidente do banco público afirmou que um aumento de 200 pontos base das taxas de juro tem um impacto total de 1% a 2% nos custos totais das empresas. "Os aumentos do gás são de trezentos pontos", sublinhou, insistindo que é necessário entender "como é que este aumento de custo compara com o aumento de custo de matéria-primas ou da energia, para termos toda a informação e sabermos o que podemos fazer".
Admitindo que será sempre "uma dificuldade", porque "diminui sempre o rendimento disponível das famílias", Macedo realçou que "se as taxas de juro ficarem nestes níveis, e com um desemprego baixo como o nosso, a situação será comportável, com muitas dificuldades".
No evento que decorreu na escola náutica Infante D. Henrique, em Oeiras, o presidente da CGD sublinhou no entanto que "quer as empresas quer as famílias podem proteger os seus custos com taxa de juro fixas", o que pode levar "a um custo maior nos primeiros anos mas um custo menor a seguir".
Paulo Macedo antevê por isso um aumento da margem financeira dos bancos, "mas ainda muito pouco".
Imigração "é sim ou sim"
Paulo Macedo abordou também a questão demográfica e do emprego, afirmando que "nunca tivemos uma população ativa tão elevada", e recordando que isso significa que "só temos o efeito demográfico, exceto se for contrariado pela imigração".
Por isso, o CEO da Caixa realçou que "a imigração nem sequer devia ser uma questão de debate. É sim ou sim", afirmou, realçando que "mesmo que não fosse por razões de cidadania ou humanísticas, obviamente não há outra via". Para Macedo, "o que deve ser ponderado é de que forma e que condições lhes vamos dar".
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