Sarmento elogia banca nacional que “dá cartas em termos europeus”
O ministro das Finanças sublinha que a banca nacional está agora mais robusta e resistente a choques do que há dez anos. Mas deixou um aviso: rentabilidade vai depender menos da economia e mais de novos modelos de negócio.
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Mais de uma década depois da grande crise financeira, o ministro das Finanças acredita que a banca nacional está hoje em dia num nível em que "dá cartas" na Europa, avisando, no entanto, para a necessidade de serem encontrados novos modelos de negócio que evitem uma excessiva dependência do andamento da economia.
“O setor bancário português passou por uma década de fortes ajustamentos depois da crise de 2008 do subprime e da crise das dívidas soberanas”, começou por lembrar Joaquim Miranda Sarmento. “Mas é hoje um setor extremamente resiliente, rentável com fortíssima capitalização e, portanto, um setor que se transformou e que hoje dá cartas em termos europeus”, sublinhou no encerramento do “Grande Encontro Banca do Futuro”, do Negócios, que decorreu esta terça-feira, 18 de novembro, em Lisboa.
Recordando a evolução dos últimos anos, Miranda Sarmento apontou ainda a “robustez”, “estabilidade” e “confiabilidade” da banca nacional, agora “sujeita a uma regulação e uma supervisão muito mais capaz de impedir aquilo que foram os erros cometidos durante sobretudo na primeira década deste século”, com os novos regulamentos europeus que estão a ser legislados.
O ministro deixou ainda um aviso para o futuro no sentido de que a banca encontre novos modelos de negócio, não ficando dependente do andamento da economia. “A rentabilidade futura dependerá, sim, menos do contexto macroeconómico e mais da capacidade das instituições de reinventar modelos de negócio, diversificar as suas fontes de receita, acelerar processos de digitalização e melhorar cada vez mais a sua eficiência operacional”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento, perante uma plateia de banqueiros.
O governante apontou o bom desempenho da economia nacional, com “níveis de crescimento acima da média da Zona Euro e da União Europeia”, com o país “claramente” a mostrar que “tem um caminho para manter o equilíbrio das contas públicas.”
O aviso às fraudes
O ministro das Finanças deixou ainda um aviso aos consumidores para os perigos das fraudes com supostos investimentos, tendo em conta a baixa taxa de literacia financeira dos portugueses. E deu o seu próprio exemplo de ter sido utilizada a sua imagem para contas falsas.
“Não acreditem quando vierem a minha cara a promover produtos financeiros. É fraude”, avisou Miranda Sarmento, detalhando que num dos caso aparece com um “blusão de ganga” – que não tem.
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