O italiano Unicredit duplicou a sua participação no alemão Commerzbank, passando, com 20% do capital, a ser o maior acionista da instituição financeira germânica. E quer elevar a posição ainda mais, para 29%.

A notícia é avançada pela Bloomberg e materializa a intenção do banco italiano – um dos maiores do país – em controlar o concorrente germânico. Berlim foi sempre crítico da operação que já tinha sido autorizada pelo Banco Central Europeu.

O aumento da participação foi concretizada através da conversão de instrumentos derivados em ações e eleva desde já o Unicredit à posição de maior acionista do Commerzbank, ultrapassando o Estado alemão, que detém 12,11% do capital.

A decisão pode intensificar o conflito entre o Executivo de Friedrich Merz e o Unicredit, liderado pelo CEO Andrea Orcel, que já admitiu que pode esperar por 2027 para decidir sobre uma eventual oferta de “takeover”.

Berlim já reagiu. “A posição do Governo alemão permanece inalterada. Rejeitamos mais uma vez a abordagem hostil e descoordenada do Unicredit”, afirmou um porta-voz do Governo alemão, que “apoia a independência do Commerzbank e não vai vender a sua participação”.

Esta não é a única operação do Unicredit que merece oposição política. O banco também está envolvido num conflito doméstico com o executivo italiano devido à oferta pública de aquisição do BPM. A operação foi autorizada pelo Governo que, no entanto, impôs condições à operação de 13 mil milhões de euros.