Dona da Primark pondera separar divisão de moda do ramo alimentar
A repensar a sua estratégia, após um ano difícil, a Associated British Foods (AB Foods), proprietária da Primark, está a considerar a possibilidade de separar a retalhista de moda da sua divisão alimentar, que inclui marcas como "Twinnings" e "Kingsmill", "com o objetivo de maximizar o valor a longo prazo".
Essa hipótese emerge no quadro da revisão estratégica que pôs em marcha, com a ajuda da consultora Rothschild & Co, com o apoio do seu maior acionista, a Wittington Investments, da família Weston, que detém 59% e continua "empenhada em manter a participação maioritária em ambos os negócios".
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Em comunicado, a AB Foods deixa claro que ainda não foi tomada nenhuma decisão, mas admite que a revisão da estrutura do grupo pode levar o "board" a decidir separar a Primark do seu braço alimentar.
O grupo anunciou, esta terça-feira, os resultados do ano terminado em 13 de setembro que refletem uma queda de 3% nas receitas para 19,5 mil milhões de libras (22,1 mil milhões de euros ao câmbio atual) e uma descida acentuada de 26% nos lucros antes de impostos para 1,4 mil milhões de libras (1,6 mil milhões de euros).
As vendas do seu negócio de açúcar caíram, por força do aumento dos custos e da queda de preços, com os resultados a serem penalizados também com a decisão do grupo de fechar a Vivergo, fábrica de bioetanol no Reino Unido, que também produzia rações, "após extensas discussões com o Governo para encontrar uma solução regulamentar e financeira que permitisse à Vivre operar de forma rentável e sustentável".
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O retalho amorteceu a queda, apesar do aumento tímido das vendas da Primark de 1%, para 9,5 mil milhões de libras (10,5 mil milhões de euros).
Segundo o jornal The Guardian, a AB Foods assinalou "cautela por parte dos consumidores" e uma atividade de compras em parte dos segmentos da base de clientes da retalhista particularmente fraca, atribuída ao impacto das faturas da energia e da alimentação no poder de compra de pessoas com menores rendimentos.
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A Primark possui mais de 470 lojas em duas dezenas de países, incluindo 14 em Portugal, empregando um universo de aproximadamente 2.200 trabalhadores.
A cadeia de moda irlandesa anunciou, em meados de 2024, um investimento de 40 milhões de euros no mercado português, onde chegou há 16 anos, destinado à abertura de quatro lojas em cidades diferentes e a expansão da loja do Colombo, em Lisboa, que previa a criação de mais de 500 novos postos de trabalho.
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Em 2024, o mercado ibérico representava 17% do volume de negócio da Primark.
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