Laranjas encarecem 40% e lideram produtos que estão mais caros do que antes do IVA 0%
O preço das laranjas aumentou 40% desde que a política de isenção do IVA entrou em vigor, escalando para o topo da lista de produtos que estão mais caros do que antes do corte do imposto.
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Segundo a Deco Proteste, que monitoriza um cabaz de 41 alimentos isentos de IVA, de um universo de 46 abrangidos, a 17 de abril, véspera da aplicação da medida, um quilo de laranjas custava 1,37 euros mas, aproximadamente quatro meses depois, os consumidores têm de gastar, em média, mais 55 cêntimos por quilo e desembolsar 1,92 euros por quilo.
A contribuir para a escalada do preço das laranjas estará a diminuição na produção nacional, com quantidades aquém do estimado numa campanha em que também a qualidade do fruto saiu beliscada, designadamente por causa de enfermidades na planta. Em declarações ao Negócios, em meados de agosto, o diretor-geral da Cacial - Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, Horário Ferreira, adiantou que estimava quebras na produção "entre 30 e 40% relativamente a um ano normal".
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A seguir às laranjas, entre os produtos que, a 30 de agosto, estavam mais caros do que antes da isenção de IVA, surgem os brócolos, com um aumento de 68 cêntimos por quilo (+28%) que, na última semana de agosto, custava, em média, 3,08 euros, de acordo com os dados divulgados, esta quinta-feira, pela organização de defesa do consumidor.
Em termos globais, entre 17 de abril e 30 de agosto, o preço do cabaz desceu 11,02 euros (-7,94%), passando a custar 127,75 euros, o terceiro valor mais baixo. Não obstante, como ressalva a Deco Proteste, há várias semanas consecutivas que não se verificam descidas significativas no valor global do cabaz.
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Aliás, na comparação com a semana anterior, sobressaem vários aumentos de preços. Entre 23 e 30 de agosto, o queijo curado fatiado foi o que mais aumentou em termos percentuais, com uma subida de 20 cêntimos (+9%), com uma embalagem a valer 2,42 euros. Segue-se o carapau, que ficou 28 cêntimos por quilo (+8%) mais caro, implicando um gasto, em média, de 4 euros por quilo.
Já uma embalagem de massa em espirais, outro dos produtos que mais aumentou nesse intervalo de tempo, como sinaliza a Deco Proteste, custava, a 30 de agosto, 1,38 euros, traduzindo uma subida de 7 cêntimos (+5%) em apenas uma semana.
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No entanto, a maioria dos produtos monitorizados viu o seu preço diminuir desde que o IVA zero está em vigor. As maiores descidas em termos percentuais foram registadas nos preços do tomate (-37%), óleo alimentar (-32%), carapau (-22%) e bacalhau (-19%).
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