O Valor do Tempo investe 18 milhões para meter Portugal na portuense Rua das Flores

O dono d’A Brasileira do Chiado ou do Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, e que adquiriu, já este ano, a centenária mercearia Pérola do Bolhão, recuperou um conjunto de edifícios na Invicta, que são agora palco vivo de artes e ofícios tradicionais portugueses.
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Foto: D.R. O Valor do Tempo investe 18 milhões na Rua das Flores, no Porto Foto: D.R. Grupo Valor do Tempo investe 18 milhões na Rua das Flores, no Porto Foto: D.R. Rua das Flores, no Porto, palco vivo de artes e ofícios tradicionais Foto: D.R. A Pérola do Bolhão, mercearia centenária no Porto, foi adquirida pelo dono d’A Brasileira Foto: D.R. Rua das Flores ganha vida com artes e ofícios portugueses Foto: D.R. O Museu do Pão sob a neve, um espaço dedicado à cultura portuguesa Foto: D.R. A Rua das Flores, no Porto, recebe investimento de 18 milhões para artes e ofícios
Rui Neves 12:27

O Valor do Tempo de António Quaresma começou há cerca de três dezenas de anos, em Seia, na Serra da Estrela, onde construiu a Fábrica do Pão e criou o Museu do Pão, que abriu ao público em 2002.

Mais tarde, abriu o Museu da Cerveja, em Lisboa, onde criou o pastel de bacalhau com Queijo Serra da Estrela DOP, que se viria a tornar uma marca em 2015, com uma loja na Rua Augusta, abrindo posteriormente mais lojas Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau em Lisboa e noutras cidades do país, como Cascais, Óbidos, Aveiro, Gaia e Porto.

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Nesse mesmo ano, o grupo O Valor do Tempo adquiriu a Comur, a Fábrica de Conservas da Murtosa, fundada em 1942, revitalizou a empresa e faz brilhar as suas conservas através do Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, que já conta 22 lojas nas principais cidades do país e uma outra em Nova Iorque, a The Fantastic World of the Portuguese Sardine, aberta em 2023, que corporizou a primeira loja da marca fora de Portugal.

Em 2018, O Valor do Tempo reforçou a sua paixão por marcas históricas quando a Confeitaria Peixinho, a mais antiga casa de Ovos Moles de Aveiro, que data de 1856, se juntou ao grupo.

No ano seguinte, o grupo enriqueceu o seu portefólio de marcas com a Casa Pereira da Conceição, especializada em chás e cafés, fundada em 1933.

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E em 2020 levou para o seio do grupo A Brasileira do Chiado, provavelmente o mais icónico café de Lisboa, que é a “sede emocional” do jornal digital Mensagem de Lisboa, que ali nasceu, em 2021.

Ainda em 2020, O Valor do Tempo realizou um sonho antigo: ter a sua própria quinta na Serra da Estrela, com um rebanho de 700 ovelhas e uma queijaria artesanal onde produz Queijo Serra da Estrela DOP.

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Seguiu-se, em 2021, a concretização de uma nova paixão, pela filigrana, com a aquisição da Joalharia do Carmo, tendo desde então aberto novas lojas em Lisboa, Porto, Óbidos, Coimbra e Ponta Delgada.

Nesse mesmo ano, coloriu Lisboa com outro tesouro nacional: o Figurado de Barcelos.

E já este ano adquiriu A Pérola do Bolhão, uma mercearia especializada que abriu portas em 1917, no Porto.

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Entretanto, “setembro de 2025 ficará para sempre na memória do grupo O Valor do Tempo”, anunciou o grupo na sua página de LinkedIn, referindo-se ao seu mais recente investimento, da ordem dos 18 milhões de euros, na recuperação de um conjunto de edifícios, entre os números 66 e 82 de uma histórica rua da Invicta

“A abertura do novo espaço na Rua das Flores, no Porto, representa a exposição pública do que há muito fazemos: dar visibilidade aos artesãos, às tradições e aos ofícios que estão na base da nossa cultura e das nossas marcas”, realça, adiantando que “no dia 12, quatro portas abriram em simultâneo: Confeitaria Peixinho, Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau e Joalharia do Carmo, tornando esta rua num palco vivo onde a cultura portuguesa se mostra em toda a sua força e autenticidade”, enfatiza.

Para além das lojas, a lã da Serra da Estrela transforma-se diante dos olhos dos clientes em tapetes de Arraiolos bordados ao vivo, a filigrana ganha forma nas mãos dos artesãos que ali trabalham, a Contrastaria da Imprensa Nacional Casa da Moeda explica o gesto que autentica cada joia e o Cindor, a maior escola de joalharia do país, mostra como se prepara o futuro desta arte.

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“Ali estão expostas as 26 artes certificadas do país, testemunho de património vivo. Não deixámos nada ao acaso: o espaço foi pensado para surpreender, emocionar e envolver quem entra na alma dos ofícios”, afiança O Valor do Tempo, concluindo que “este projeto é um manifesto em grande escala, um palco avassalador onde Portugal se encontra consigo mesmo”.

Na sua edição desta segunda-feira, o Jornal de Notícias destaca que, no prédio todo ele dedicado à ourivesaria e à filigrana, está a nascer uma escadaria em caracol que vai ser adornada com 372 quilos de ouro, transformados num fio com 313 quilómetros.

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“Já há algumas peças colocadas. Mas o tesouro em filigrana, dizem os promotores, deverá demorar 95 anos (198.276 horas) a concretizar”, reporta o JN.

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