Corte de juros devolve ânimo a Wall Street. Alphabet bate recorde

As bolsas americanas terminaram a sessão com ganhos robustos, numa altura em que os dados sobre a saúde da economia dos EUA suportam a convicção da necessidade de uma terceira redução consecutiva.
Wall Street.
Richard Drew/AP
Bárbara Cardoso 21:13

Os três principais índices norte-americanos fecharam a sessão com ganhos, depois de os dados sobre a saúde da economia dos EUA corroboram as apostas dos investidores num terceiro corte nas taxas de juro pela Reserva Federal na reunião que termina a 10 de dezembro.

Os departamentos de Comércio e Trabalho divulgaram relatórios relativos a setembro sobre as vendas no retalho e os preços no produtor, que mostraram uma desaceleração nos gastos e que a inflação continuou a arrefecer, respetivamente. 

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"É claro que os dados refletem setembro e estamos em novembro, mas, mesmo assim, a tendência parece ser de que a inflação não está a piorar, e isso abre caminho para um corte na taxa de juros em dezembro", disse o economista Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, à Reuters. 

Já os dados do Conference Board mostraram que a confiança do consumidor norte-americano piorou mais do que o que se antecipava - e com a época festiva à porta, não é um bom presságio. "É mais um ponto que reforça a necessidade de reduzir as taxas em dezembro", acrescentou o mesmo economista.

“Fazer uma pausa nos cortes de juros prejudicaria mais o sentimento do mercado do que ajudaria, mas Powell não precisa ser o Grinch que roubou o Natal”, disse Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management.

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Os mercados apontam agora para uma possibilidade de 84,7% de um corte nas taxas de juro, em comparação com os 50% registados há uma semana. 

Para além disso, estão a fazer aumentar o apetite dos investidores por ativos de risco, como as ações. 

O S&P 500 subiu 0,91% para 6.765,89 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite ganhou 0,67% para 23.025,59 pontos e o industrial Dow Jones somou 1,43% para 47.112,45 pontos. 

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Os investimentos em inteligência artificial continuam a estar no centro das atenções do mercado. Esta terça-feira, as ações da dona da Google, a Alphabet, atingiram um novo recorde, nos 328,83 dólares, isto depois de os jornais americanos terem noticiado que a Meta, dona do Instagram, Facebook e Whatsapp, estará em negociações para investir milhões de dólares em chips de inteligência artificial da Google. As ações acabaram a sessão a somar 1,63% para os 323,64 dólares, mas a empresa está cada vez mais perto de se juntar à lista das "four trillion dollar baby" americanas, com o seu valor de mercado a superar os 3,88 mil milhões de dólares.

Apesar dos investimentos, o setor parece fragilizado. A Nvidia acabou esta terça-feira a afundar 2,6% para 177,82 dólares, com receio de que a Google esteja ameaçar o seu domínio na área da inteligência artificial. Aliás, a empresa chegou a perder 150 mil milhões de dólares em valor de mercado com a queda de mais de 7% que protagonizou esta tarde, que levou as ações a valerem 169,55 dólares. 

“A posição dominante da Nvidia dificilmente será ameaçada no curto prazo, mas os mercados são movidos por expectativas futuras, e parece que a Alphabet está prestes a arrebatar uma participação de mercado do império de Jensen Huang”, disse Chris Beauchamp, analista-chefe de mercado da IG, à Bloomberg. 

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A onda de queda espalhou-se para mais empresas ligadas à gigante fabricante de chips: a Super Micro Computer caiu 2,5%, a Oracle cedeu 1,64% e a CoreWeave perdeu 3,14%. 

 

 

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