Jerónimo Martins com olhar atento a aquisições para atingir 50 mil milhões em vendas
A dona do Pingo Doce é cautelosa nas aquisições que faz, mas esta é uma das soluções em cima da mesa para chegar ao objetivo "ambicioso" de 50 mil milhões de euros em receitas até 2030.
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A dona do Pingo Doce traçou uma meta para atingir 50 mil milhões de euros em receitas até 2030, e o tema tem gerado discussões internas dentro do grupo e, ao que tudo aponta, terá de recorrer a novas aquisições para chegar ao objetivo.
Com as vendas a chegarem aos 33,5 mil milhões de euros no exercício de 2024, a Jerónimo Martins pode mesmo ter de adotar uma estratégia mais agressiva para fazer crescer o número nos próximos cinco anos. Só nos primeiros seis meses deste ano, as receitas ascenderam a 17,4 mil milhões de euros, num aumento de 6,7%.
"Se os 50 mil milhões podem ser alcaçados com ou sem fusões e aquisições? Diria que, muito provavelmente, com elas", disse a diretora financeira, Ana Luísa Virgínia, em entrevista à Bloomberg. Ainda que a família Soares dos Santos não tenha divulgado o plano, esta é uma ambição para o grupo.
A última grande aquisição foi há quase 20 anos e deste então tem vindo a fazer negócios mais pequenos, quando adquiriu a Plus, com operação em Portugal e na Polónia, ao grupo Tengelmann em 2008 por 320 milhões de euros.
O mais recente negócio aconteceu na Colômbia com a compra de 75 supermercados da Colsubsidio, sendo que o grupo quer investir 1,1 mil milhões de euros só este ano para abrir mais de 300 lojas entre a Polónia, Colômbia e Portugal.
De acordo com analistas consultados pela publicação, a dona do Pingo Doce e da Biedronka pode olhar para os seus rivais na Polónia, nomeadamente para a retalhista francesa Carrefour, que tem feito uma revisão ao seu portfólio para melhorar a sua avaliação. Contudo, a diretora financeira afirma que comprar operações da Carrefour na Polónia é impossível devido às regras anti-monopólio, onde a Jerónimo Martins controla quase 30% do mercado.
“Acreditamos que ainda existem espaços em branco no mercado polaco que preferimos ocupar nós mesmos em vez de deixá-los para nossos concorrentes", sustentou Ana Luísa Virgínia.
A diretora financeira apontou que o grupo é cauteloso nas operações que faz. “Somos muito cautelosos. Até agora, só adquirimos coisas que faziam sentido para o nosso negócio. Não compramos para vender, e isso, claro, significa que fazemos fusões e aquisições a cada 10 anos, mais ou menos", afirmou.
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