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Shein, AliExpress, Temu e Wish investigadas por venda de bonecas sexuais e pornografia

No caso da Shein, o Governo francês ameaçou proibir o acesso à plataforma depois de ter descoberto que esta oferece alguns modelos com aspeto infantil.

Protesto em Paris contra venda de bonecas 'infantis' na Shein
Protesto em Paris contra venda de bonecas "infantis" na Shein Nicolas Garriga / AP
07:17

As plataformas chinesas Shein, AliExpress e Temu, juntamente com a norte-americana Wish, estão sob investigação em França por venderem bonecas sexuais e distribuírem conteúdo pornográfico sem censura a menores.

No caso da Shein, o Governo francês ameaçou proibir o acesso à plataforma depois de ter descoberto que esta oferece alguns modelos com aspeto infantil.

"Quero ser muito claro: se este comportamento se repetir, teremos o direito de solicitar que a Shein seja banida do mercado francês. Isto está previsto na lei", declarou o ministro da Economia francês, Roland Lescure, em entrevista à cadeia de televisão BFM e à rádio RMC.

Lescure explicou que este tipo de medidas pode ser tomada em casos de atos terroristas, tráfico de droga e pornografia infantil se a plataforma não retirar os produtos em causa no prazo de 24 horas ou se houver reincidência.

O ministro assegurou, de qualquer forma, que está em curso uma investigação judicial para apurar por que razão as bonecas sexuais estavam a ser vendidas naquele 'site'.

A Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controlo de Fraudes (DGCCRF, na sigla em francês) de França emitiu o alerta no passado, depois de confirmar que "o 'site' de comércio eletrónico Shein estava a vender bonecas sexuais com aspeto infantil" e que "a sua descrição e categorização no site tornam difícil duvidar da natureza de pornografia infantil do conteúdo".

Posteriormente, a imprensa francesa noticiou que a DGCCRF tinha detetado a distribuição de produtos similares na plataforma AliExpress durante as suas inspeções.

A DGCCRF emitiu ainda alertas sobre a plataforma chinesa Temu e a plataforma norte-americana Wish por distribuírem conteúdo pornográfico sem o filtrarem a menores.

Além da Shein, esta entidade remeteu as outras três plataformas para o Ministério Público de Paris e ordenou-lhes que cumprissem a legislação francesa.

A Shein, por sua vez, emitiu um comunicado a confirmar a remoção dos produtos em causa e a afirmar que "mantém uma política de tolerância zero em relação a qualquer conteúdo ou produto que viole as políticas da nossa plataforma ou as leis aplicáveis".

"Levamos este assunto muito a sério. Este tipo de conteúdo é completamente inaceitável e vai contra tudo aquilo que defendemos. Estamos a tomar medidas corretivas imediatas e a reforçar os nossos controlos internos para evitar que isto volte a acontecer", enfatizou a empresa, confirmando também uma investigação interna sobre a forma como estes bonecos contornaram as medidas de controlo do site.

Este não é, no entanto, o primeiro conflito entre as autoridades francesas e este gigante chinês, que é frequentemente alvo de denúncias de concorrência desleal em França e na Europa em geral.

Em França, a Shein já foi alvo de várias sanções relacionadas com a imposição ilegal de 'cookies' (pequenos ficheiros armazenados em dispositivos que acedem a 'sites', frequentemente utilizados por estes 'sites' para enviar publicidade direcionada) sem informar devidamente os utilizadores.

A sanção mais recente, uma multa de 150 milhões de euros, foi aplicada em setembro passado.

O governo planeia também impor uma taxa de dois euros sobre os pequenos pacotes provenientes de fora da União Europeia a partir de 2026, sendo a Shein e outros sites chineses, como o Temu, os principais alvos.

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