Credores aprovam salvação da participada espanhola da Mota-Engil

A Duro Felguera aguarda agora que o tribunal aceite o plano de reestruturação, que prevê a saída do grupo português do capital da empresa espanhola.
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Pedro Curvelo 11:53

Os credores da Duro Felguera aprovaram o plano de reestruturação da empresa, que implica perdões totais da dívida a vários bancos e a uma sociedade maioritariamente estatal, informou esta terça-feira a empresa espanhola na qual a Mota-Engil detém 12% do capital.

Em comunicado à Comissión Nacional del Mercade de Valores (CNMV), a Duro Felguera indica que o plano foi aprovado na assembleia de credores da passada sexta-feira e homologado na segunda-feira, dia 27.

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O plano para salvar a empresa espanhola inclui uma redução de capital por extinção das ações do grupo Prodi e da Mota-Engil por forma a "limpar" os resultados transitados negativos. Posteriormente, será realizado um aumento de capital de 10 milhões de euros, que corresponde a uma injeção por parte do grupo mexicano Prodi, que assim reforçará o controlo na empresa (atualmente os mexicanos detêm 30,77% diretamente e mais 11,7% por via da Mota-Engil México).

O principal credor da Duro Felguera é a SEPI, "holding" que gere as participações do Estado espanhol, a quem a empresa terá de pagar 120 milhões de euros concedidos no âmbito de uma linha de apoio aquando da pandemia da covid-19. A empresa e a SEPI chegaram a acordo para reescalonar a dívida, que apenas terá de ser paga em três "tranches", a primeira das quais, no valor de 20 milhões de euros, em 2029, a que se segue uma de 30 milhões em 2032 e outra, de 70 milhões, em 2035.

O plano de reestruturação implica o perdão por completo da dívida de 25 milhões de euros que a Duro Felguera tem junto de um sindicato bancário liderado pelo Santander e Sabadell (25 milhões) e de uma sociedade das Astúrias com capital maioritariamente público (seis milhões).

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O centenário grupo espanhol terá também de alienar vários ativos, incluindo a venda da sede, para a qual já recebeu uma oferta de 13,6 milhões de euros. A "nova" Duro Felguera irá concentrar-se em duas atividades: contratos de EPC ("engineering, procurement and construction") nas áreas do "mining" e armazenamento de energia e nos serviços o foco será na montagem de turbogeradores e equipamento para centrais de produção elétrica. 

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